Sp. Braga-Benfica, 3-2 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
1 abr 2022, 22:22

Na Horta bracarense, mais um ziguezague encarnado

O regresso das emoções do campeonato fez-se, de facto, com um jogo grande na pedreira. Sp. Braga e Benfica mediram forças em véspera de mais um compromisso europeu e proporcionaram um jogo à imagem do que tem sido a época: aos ziguezagues. Entre as curvas, foi mais retilíneo o percurso bracarense, que vence por três bolas a duas.

Há sensivelmente quatro meses que o Benfica não consegue três vitórias consecutivas. Em Braga tinha nova oportunidade para o fazer, mas voltou à trepidação de uma época em que não se consegue encontrar verdadeiramente. O conjunto de Nélson Veríssimo esteve a perder por duas bolas a zero numa prestação sem chama, mas em três minutos empatou o jogo.

Bastaram, contudo, dois minutos para que o Sp. Braga não deixasse escapar a euforia que se vivia no municipal bracarense, sendo Vitinha a vestir a capa de herói para resgatar os três pontos, premiando a exibição mais consistente dos homens de Carlos Carvalhal.

Rasgo de Iuri Medeiros desequilibra

O arranque do jogo foi, precisamente, o espelho da época uns furos abaixo do esperado de parte a parte. Equipas encaixadas, demasiado encaixadas, sem que a qualidade individual se soltasse para fazer a diferença. Uma arrancada de Rafa pelo corredor central, a desmontar o Sp. Braga foi o primeiro sinal de quebra defensiva no jogo. Matheus fez uma defesa apertada para evitar o golo no remate de Yaremchuk.

Entre algumas arrancadas do Sp. Braga, com Iuri Medeiros e Ricardo Horta a exibirem-se em bom plano, foi o Benfica quem festejou primeiro. Na sequência de um pontapé de canto Vertonghen introduziu a bola na baliza, mas a bola embateu-lhe no braço antes do desvio decisivo. Lance anulado pelo VAR, antes de o Braga assumir as rédeas do jogo.

Cresceu com esse momento a equipa de Carlos Carvalhal, ganhou metros no terreno de jogo, encontrou espaços que estava a ter dificuldades a encontrar e a dois minutos do intervalo chegou ao golo num lance de bola parada. Vertonghen fez falta sobre Ricardo Horta em cima da linha da área, Iuri Medeiros pôs o pé esquerdo a funcionar e com um remate seco bateu Vlachodimos.

«Olés», dois baldes de água fria e a consagração

Precisava de fazer mais o Benfica. Era evidente, mesmo com as alterações ao intervalo, em que Nélson Veríssimo acrescentou ao jogo João Mário e Darwin, os jogadores que viriam a marcar. Só que até à reação fugaz de apenas três minutos os guerreiros deram uma lição de organização, criatividade e serenidade. O segundo golo do Sp. Braga é um pouco de tudo isto. Os manos Horta fizeram tudo bem, jogada coletiva de fino recorte, com o mais velho a servir o mais novo para ser André a encaminhar o triunfo bracarense. Deu para «olés» num domínio quase absoluto da equipa da casa.

Num lance aparentemente inofensivo o VAR descortinou uma mão na bola na área bracarense e deu a Darwin a possibilidade de relançar o jogo. O atacante uruguaio não desperdiçou e apenas três minutos depois deu de bandeja o segundo a João Mário quando restavam treze minutos para jogar. Três minutos de esperança encarnada, um balde de água gelada na pedreira.

A ganhar consecutivamente em Braga nas últimas seis temporadas, e depois das goleada da primeira volta, os dois golos de rajada do Benfica podiam ser sinónimo de fantasmas. Mas, o conjunto guerreiro teve forças para quase de imediato agarrar-se ao triunfo. Vitinha vestiu a capa de herói em mais um desaire encarnado e mais uma guinada no ziguezague que tem sido a época. 

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