Luís Freire elogiou a reação do Rio Ave após o intervalo
Luís Freire, treinador do Rio Ave, na flash interview à Sport Tv, após a derrota em casa do Sporting, por 2-0, na sexta jornada da Liga:
«[Por seis centímetros, a história do jogo poderia ter sido diferente?] Sinto que tínhamos um plano de jogo bastante agressivo na nossa cabeça, mas tivemos algumas contrariedades. A lesão do Joca no aquecimento mexeu um bocadinho com a equipa, com a nossa entrada em campo. Tirou-nos o foco. Não sei se foi por aí, mas o Sporting entrou muito melhor do que nós. Estivemos muito apáticos, com pouca pressão no portador da bola, a chegar atrasados, a deixar o Sporting tabelar a um ou dois toques, como gosta e tem qualidade para fazer. Teríamos de ser muito mais agressivos, ter a bola também e desafiar o Sporting de outra maneira. O Sporting faz dois golos e podia ter feito três ou quatro, porque teve mais capacidade para ferir-nos. Ao longo da primeira parte, fomo-nos equilibrando, começámos a ganhar ascendente com bola, a começar a meter o nosso jogo em campo e o Sporting a recuar mais e acabámos a primeira parte com mais bola, mas sem tanto perigo.
Falámos com os jogadores, queríamos dar outra imagem e exigir mais de nós, porque temos obrigação e capacidade. Tenho de acreditar e acredito muito naquilo que eles conseguem fazer. Os meus jogadores entraram de outra maneira na segunda parte, pressionámos o Sporting muito alto, conseguimos ter bola e acabámos com oito ou nove remates. Fizemos o 2-1 [golo anulado], que acho que abria o jogo, pela forma como estávamos a contrariar o Sporting e como ganhámos confiança. Mas a reação dos jogadores foi sempre de ir à procura, acabámos o jogo a procurar roubar bola alto, a ligar o jogo. Tivemos uma segunda parte de nível muito elevado. De certeza que o Sporting não queria estar a ganhar 2-0 e a controlar o jogo sem tanta bola como costuma ter. Se fizéssemos um golo, o jogo abria.
É mérito da reação dos jogadores e era fácil, ao intervalo, com a exibição que o Sporting estava a fazer, desmoralizarmos, mas não foi isso que aconteceu. Foi uma reposta muito forte dos meus jogadores. Valorizar essa reposta, temos de jogar sem medo seja contra quem for. Na segunda parte conseguimos aplicar o nosso jogo.
[Foram contrariedades a mais para um plantel que não tem assim tantas opções?] Temos de ter a consciência de que o Rio Ave subiu de divisão, teve um mercado aberto e está há um ano sem poder inscrever jogadores e estas lesões e contratempos, que são normais acontecerem, para nós importuna muito mais. Acaba por ser mais difícil, no entanto, a resposta que os jogadores têm dado à adversidade é mérito da estrutura do Rio Ave, da direção, dos jogadores, dos adeptos, da equipa técnica, de toda a gente. No próximo jogo em casa temos de ter esta personalidade.
[Vem aí o Sp. Braga. É um início de campeonato difícil?] Temos um calendário complicado, mas é o que é. Agora, jogamos contra estes e depois contra os outros. Interessa-me a exibição, a atitude e o compromisso da equipa. Saímos de Alvalade com muito sacrifício e muito esforço. Na segunda parte, demos uma imagem mais condizente com o que quero do Rio Ave daqui para a frente.»