Moreirense-Boavista, 1-1 (crónica)

Bruno José Ferreira , Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas
6 out 2023, 22:20

Num tabuleiro de sensações ninguém quis o protagonismo

A jornada oito da Liga abriu em Moreira de Cónegos com um embate axadrezado entre os dois conjuntos sensação deste arranque de campeonato. Moreirense e Boavista montaram um tabuleiro de xadrez, mas ninguém teve ousadia para o xeque-mate. Empate uma bola num embate que começou por prometer, mas que acabou por ir perdendo gás.

Naquela que foi a terceira ronda a perder do Boavista, os axadrezados do Bessa até estiveram na frente do marcador, mas um Moreirense que vinha de duas vitórias rapidamente chegou ao empate ainda na primeira parte, o melhor período do encontro. Com garra, entrega, boas movimentações, assistiu-se a 45 minutos de bom futebol.

Um estigma que se foi perdendo, o jogo caiu de rendimento, e o empate acabou se arrastar de forma previsível. Faltou mais audácia às turmas de Rui Borges e de Petit para tirar mais deste jogo.

André Luís no perdão a Marcelo

Com a disputa de bola a ser acérrima, começou por ser o Moreirense a ter mais bola, construindo a partir de trás. Uma construção, ainda assim, desconfortável face à pressão sincronizada e milimétrica do Boavista, fazendo por recuperar a bola em zonas cirúrgicas para rapidamente ferir o adversário.

Mas, até foi num lance de posse bem trabalhado, que o conjunto do Bessa chegou à vantagem, a meio do primeiro tempo. Bom trabalho de Seba Perez, a combinar primeiro com Salvador Agra e depois com Bruno Lourenço, colocando-se em boa posição para tirar o cruzamento. Um cruzamento venenoso que nem precisou de um colega para abanar com a rede. Acabou por ser Marcelo, o defesa do Moreirense, a desviar a bola à queima roupa para a sua própria baliza.

Uma vantagem que não foi cimentada, acabando o Moreirense por reagir de forma enérgica. Em menos de um quarto de hora conseguiu restabelecer a vantagem num lance em que trocou a bola nas imediações da área boavisteira, a defesa da equipa de Petit – à beira de um ataque de nervos – foi demasiado branda e, quando a bola lhe chegou aos pés, André Luís tratou de rematar de pronto para a igualdade.

Sem arte nem engenho para desfazer a igualdade

Os golos, vantagem do Boavista e recuperação do Moreirense, elevaram a adrenalina do jogo. Com a igualdade a intensidade, de parte a parte, baixou. Teve mais cautelas a segunda metade, com os dois conjuntos a dosearem de forma claramente mais vincada o risco em cada ação.

As mudanças a partir do banco também assumiram isso. Foram, essencialmente, trocas diretas, procurando acrescentar mais frescura a determinados setores. Uma má saída de bola do Boavista, a um quarto de hora dos noventa, deu a Pedro Aparício – acabado de entrar – a oportunidade de ir à cara de João Gonçalves, mas o médio atirou a lado.

Bozenik tentou responder, num lance menos claro, mas também sem sucesso. Vaticínio de que o encontro estava destinado ao empate. Assim foi. Um ponto para cada lado no arranque da jornada num jogo jogado a duas velocidades, a da primeira metade, e a da segunda.

Relacionados

Patrocinados