Depois da tempestade, a bonança
Há vezes em que a imagem que nos fica de uma partida de futebol não é propriamente a do jogo dentro do campo.
Hoje, foi uma dessas vezes.
O jogo entre Benfica e Portimonense até corria normalmente, com aquela vantagem, nem sempre existente, de haver em campo duas boas equipas. Empenhadas em jogar futebol.
Do início, tinha vindo uma mensagem bonita, positiva: «Stop war». Parem a guerra, um apelo que juntou jogadores de Benfica, Portimonense e a equipa de arbitragem ainda antes de a bola começar a rolar.
Mas a vida é feita de contrastes e o espetáculo rapidamente se transformou numa imagem triste.
Ao minuto 32, enquanto chovia bastante, dezenas de tochas, vindas de dois setores ocupados por adeptos do Benfica, começaram a cair no relvado. Nas bancadas, também se iam ouvindo vários petardos a rebentar.
FICHA DE JOGO
Foram minutos e minutos do mesmo, com Fábio Veríssimo a ser obrigado a interromper um jogo que só foi reatado depois de toda a situação estar resolvida, perto dos 38.
E a partida, que é o que realmente interessa, até já tinha muito para contar.
Benfica e Portimonense iam disputando um jogo equilibrado que, sem grandes chances, não deixava de ter momentos de interesse.
Ao minuto 25, os algarvios chegaram mesmo à vantagem. Tudo começou num erro de Taarabt que entregou a bola ao adversário. Carlinhos galgou metros, fez um passe a rasgar e Welinton, sozinho frente a Odysseas, não falhou.
O empate apenas surgiu já em período de descontos – e depois do triste espetáculo que já lhe relatei. Taarabt (capaz do melhor e do pior) cruzou para a área, a defesa do Portimonense cortou, mas a bola sobrou para Grimaldo. O lateral espanhol rematou forte e a bola entrou junto ao poste. Os algarvios ainda reclamaram falta no início da jogada, mas o lance foi validado pelo VAR.
Já na segunda parte, e sem o treinador do Portimonense Paulo Sérgio no banco devido a expulsão, o Benfica conseguiu a reviravolta. Nakajima tentou sair a jogar após um canto, e os encarnados recuperaram a bola. Rafa, descaído para a direita, rematou, Samuel ainda defendeu, mas o esférico sobrou para Gonçalo Ramos que só teve de encostar para o golo (50’).
Com a remontada encarnada, o jogo entrou numa toada mais morna. O Portimonense podia ter marcado aos 57, não fosse a falta de pontaria de Welinton já dentro da área.
Nos últimos minutos, os algarvios pressionaram, mas sem sucesso. A história deste jogo, que ficou marcado por um episódio fora das quatro linhas, estava contada.