FC Porto-Desp. Chaves, 3-0 (destaques)

Vítor Maia , Estádio do Dragão, Porto
10 set 2022, 22:41

Taremi na versão super-herói

FIGURA: Taremi

Ora vilão, ora super-herói. Os génios são assim. Depois da expulsão em Madrid e se dúvidas existissem, ficaram dissipadas esta noite. O Dragão está de pazes feitas com Taremi – se é que alguma vez esteve de costas voltadas. Claro que o golo do iraniano, logo aos três minutos, ajudou à comunhão com o público. Nas costas de Martínez, Taremi deambulou pela frente de ataque, ficou perto do bis e ajudou a resolver o jogo no período de menor fulgor portista. Absolutamente decisivo: o vilão de Madrid trouxe a capa de herói.  


MOMENTO DO JOGO: Taremi entrega a capa de herói a Evanilson, minuto 70

Longe de estar a fazer uma boa exibição, o FC Porto estava a sentir ligeiras dificuldades para ter bola e colocar em sentido o Desportivo de Chaves desde o intervalo. O ascendente do jogo voltou a mudar para lá da hora de jogo – os campeões nacionais melhoraram depois das substituições promovidas por Conceição. Com o André Franco no meio-campo e Evanilson na frente, os dragões voltaram a ser ameaçadores e fecharam o jogo ao minuto 70: Steven Vitória perdeu a bola para Taremi e o iraniano, altruísta, ofereceu o golo a Evanilson perante a saída de Paulo Vítor.  


OUTROS DESTAQUES:

João Mário: não esteve, nem perto, de ter um regresso feliz à titularidade. O internacional sub-21 português destacou-se, naturalmente, a atacar – está no cruzamento que sobrou para Taremi e ficou ele próprio perto de marcar após uma falha de Paulo Vítor. No entanto, João Mário perdeu vezes a mais o duelo com Juninho e precisou, invariavelmente, que Fábio Cardoso ou um dos médios o dobrasse. Não fez um bom jogo e foi dos primeiros a sair juntamente com Toni Martínez.

Héctor Hernández: o espanhol teve, na cabeça, duas excelentes ocasiões para fazer um golo a favor dos transmontanos. Todavia, em ambos os lances, o avançado que fez formação no Atlético de Madrid não acertou em condições na bola. Uma noite para esquecer. 

Pepê: transpirado e inspirado. Esta noite como extremo, o brasileiro trouxe rasgo ao jogo – incrível a facilidade com que ultrapassa os adversários. Pecou, ainda assim, na definição e não esteve feliz na finalização. Mas o mérito de imprimir velocidade e rasgo ninguém lhe tira. Pepê jogou os 30 minutos finais como lateral-direito e Juninho desapareceu do encontro.

Paulo Vítor: os primeiros vinte minutos do guarda-redes flaviense foram horríveis. Vejamos: saiu em falso ao ressalto que acabou na cabeça de Taremi, aos três minutos, e largou uma bola que parecia controlada que por pouco não resultou no 2-0. Apesar da entrada negativa, Paulo Vítor cresceu com o decorrer dos minutos e parecia ter recuperado dos erros cometidos: não mais voltou a falhar seja em saídas da baliza ou em remates dos jogadores do FC Porto – até ao minuto 83 quando largou um cruzamento, aparentemente, fácil e ofereceu o golo a André Franco.

André Franco: meia-hora de bom nível. O ex-Estoril trouxe capacidade ao FC Porto para ter bola e jogar mais próximo da área contrária. Depois de ter sido demasiado altruísta quando estava em zona frontal e com espaço para rematar, o médio conseguiu o primeiro golo com a camisola azul e branca - bem que pode dizer obrigado a Paulo Vítor. Fez por merecer mais oportunidades.

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