Boavista-Estoril, 1-0 (crónica)

André Cruz , Estádio do Bessa Séc. XXI
6 mai 2023, 20:04

Pantera lambe as feridas

Depois de uma derrota pela margem mínima no Dragão que deixou um sabor amargo, a pantera voltou ao seu habitat natural e lambeu as feridas provocadas pela última jornada com um triunfo sobre o Estoril, por 1-0.

Já a equipa da Linha, que podia dar um passo importante rumo à permanência, voltou aos desaires e ainda não se livrou das preocupações na reta final do campeonato.

Petit com muitas «dores de cabeça»

Petit viu-se forçado a fazer várias mexidas em todos os setores, com as saídas de Sasso e dos castigados Makouta, Agra e Yusupha, o melhor marcador da equipa. Cannon foi novamente relegado para defesa-central, Malheiro voltou à titularidade, Ibrahima jogou no miolo, Gorré e Bozeník – que já reclamava uma oportunidade há muito – foram titulares no ataque.

Do outro lado, em equipa que ganhou, Ricardo Soares não mexeu.

Apesar das várias mexidas, os axadrezados voltaram a evidenciar-se pelas boas dinâmicas ofensivas, atestadas pelo dado de serem a quinta melhor equipa da Liga no que respeita a golos marcados.

A primeira parte não vislumbrou muitas ocasiões de golo, mas aquelas que existiram fizeram soar um «bruah» nas bancadas sempre aguerridas do Bessa. Com um jogo combinativo, o Boavista tentou explorar o espaço deixado entre a linha média e defensiva dos canarinhos, de modo a que os avançados boavisteiros encararam diversas vezes os defesas estorilistas de frente, mas abusaram dos cruzamentos, embora a referência ofensiva desta tarde seja propícia a isso mesmo.

Os axadrezados colocaram vários jogadores envolvidos no processo ofensivo e prova disso é que a primeira oportunidade de golo surgiu pelos pés do lateral Bruno, mas Dani Figueira respondeu de forma afirmativa (24m).

A equipa de Ricardo Soares é dotada tecnicamente e tal ficava à mostra nas combinações que tentavam protagonizar. Contudo, foi na velocidade que o Estoril conseguiu aproximar-se da grande área contrária. Os extremos Tiago Gouveia e Carlos Eduardo tiveram o apoio de Tiago Santos nesse capítulo, além de terem aproveitado a capacidade para jogar de costas de Marqués.

De resto, quatro minutos depois da ameaça boavisteira, Tiago Gouveia arrancou pela direita e serviu o atacante espanhol que, com tudo para fazer golo, cabeceou por cima.

A melhor oportunidade da primeira parte, porém, aconteceu já em cima do intervalo, na sequência de um canto, mas Cannon cabeceou à trave.

Marcar a abrir, para depois gerir

Foi já no segundo tempo que o Boavista consumou a superioridade que evidenciou antes do intervalo. Depois de uma oportunidade de golo para cada equipa, os axadrezados fizeram mexer o marcador com cinco minutos de jogo.

Gorré, muito irrequieto no corredor esquerdo e que já colecionava várias investidas de um para um, utilizou esse método para bater Pedro Álvaro, antes de tirar o cruzamento para a pequena área, onde Ricardo Mangas apareceu a desviar com um toque subtil.

O lance até foi invalidado numa primeira instância, mas as linhas do VAR confirmaram a legalidade do golo.

De forma propositada, o Boavista baixou o ritmo do jogo e, ciente da importância de uma eventual vitória, tentou gerir o resultado que, embora magro, assentava à equipa do Bessa. Por seu turno, Ricardo Soares, que já tinha lançado Ndiaye após o intervalo para fechar os espaços no meio-campo, tentou dar nova vida à equipa com jogadores mais frescos.

À entrada para os últimos 20 minutos, o Estoril procurou assumir as despesas do jogo e chegar com perigo à baliza de Bracali, mas não conseguiu produzir muitas jogadas que pusessem em causa o resultado.

Já em tempo de descontos, o jogo tornou-se um pouco mais quezilento, sobretudo após a expulsão de Masaki Watai, devido a uma falta dura sobre Tiago Santos.

O Boavista regressa, assim, aos triunfos e salta para a 10.ª posição na tabela, à condição. Nesta altura, a Europa está a apenas quatro pontos de distância. Em sentido inverso, os canarinhos falham a colagem ao Gil Vicente e alimentam as esperanças do Marítimo e do Paços de Ferreira, que nesta jornada podem ficar a três e a cinco pontos da zona de segurança, respetivamente.

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