Mário Silva: «A personalidade da equipa merece o meu elogio»

Nuno Travassos , Estádio da Luz, em Lisboa
12 fev 2022, 20:48

Treinador do Santa Clara sai da Luz triste pela derrota, mas satisfeito com a atitude

Mário Silva, treinador do Santa Clara, analisa a derrota com o Benfica, na Luz, em jogo da 22.ª jornada da Liga (2-1):

[acreditou que podia ter saído da Luz com uma vitória] «Temos sempre o objetivo de vencer. Vocês viram o jogo e viram que a nossa equipa não se remeteu ao processo defensivo. Sabíamos que ia ser difícil, apesar dos resultados menos consistentes do Benfica. É muito difícil, no processo ofensivo, ser superior ao Benfica na Luz. Tínhamos de ser muito fortes para igualar. Tudo fizemos para conseguir os três pontos. Infelizmente, não conseguimos. Sei que a nossa vida depende dos resultados, sobretudo a dos treinadores, mas a personalidade que a minha equipa teve, merece o meu elogio e o meu aplauso. Fomos ambiciosos e chegámos ao golo. Não me lembro de um remate enquadrado do Benfica na primeira parte. A lesão obrigou-nos a alterar a estratégia. No espaço de poucos minutos sofremos o penálti e o segundo golo.»

«Vínhamos de uma série positiva. Tivemos este revés, num campo difícil, frente a um adversário motivado pelo clássico. Tudo fizemos para conseguir um resultado positivo. A equipa teve personalidade e tentou jogar. O Benfica foi pressionante e nem sempre tivemos aquilo que desejávamos no momento do ganho, para conseguir surpreender mais vezes. Fica à vista o trabalho que está a ser desenvolvido. Os jogadores deram tudo, e por isso estamos tristes, mas satisfeitos com os jogadores.»

[sobre a influência de Darwin, que Mário Silva conhece do Almería] «Não preparámos a equipa a pensar em apenas um jogador. O Darwin faz parte do coletivo. Teve a felicidade de fazer dois golos. Tem a qualidade que todos conhecemos e identificámos, mas não olhámos para o jogo dessa forma. O Benfica é uma equipa poderosa na frente, sabíamos que estava com o melhor ataque do campeonato e que ia ser difícil, mas não olhámos individualmente.»

[sobre a lesão de Mohebi] «Tivemos esse revés na nossa estratégia. Nunca me ouviram dizer que as ausências nos prejudicaram. Temos um plantel com gente capaz, que necessita de oportunidades. Não tivemos jogadores importantes, mas não são insubstituíveis. Claro que todos os treinadores querem todos os jogadores disponíveis. Sinto que a equipa está competitiva, com qualidade, com os jogadores a sobressair individualmente, dentro do coletivo.»

[preparou a equipa tendo em conta também o lado emocional do Benfica?] «Preparámos a equipa do ponto de vista emocional, em prol dos jogadores. Sabíamos que o Benfica vinha de uma vitória e de uma exibição positiva em Tondela. E sabemos que os clubes grandes têm sempre poder e qualidade individual e coletiva, independentemente dos momentos. Sabíamos que, no Estádio da Luz, se as coisas não corressem bem, iria existir contestação. Sabíamos disso. Nunca nos passou pela cabeça transmitir isto aos jogadores, mas motivá-los de acordo com os nossos objetivos, e a motivação extra de jogar na Luz.»

[sobre as mexidas na segunda parte e a influência da entrada de Yaremchuk e Taarabt] «Quando mexemos e corre bem, dizemos que foram as mexidas. Estávamos preparados para todos os cenários. Era normal que o Benfica, em desvantagem, quisesse apostar em termos ofensivos, com outras unidades, e deslocou o Darwin para a esquerda. Conheço o Darwin e sei que é preciso tanto a 9 como no papel de 11. Mas estávamos preparados. Tentámos continuar com a estratégia que tínhamos. Por vezes é preciso fazer um ajuste ou outro, mas não foram só as mexidas… aconteceu isso e os golos do Benfica. Mas não fomos surpreendidos.»

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