Arouca-Gil Vicente, 2-1 (crónica)

Rui Santos , Estádio Municipal de Arouca, Arouca
2 abr 2022, 20:27

Génio de André Silva deixa Arouca a sorrir

Já diz o povo que não há bem que sempre dure, nem mal que perdure. Em Arouca, a equipa da casa fechou uma série de sete jogos seguidos sem ganhar em casa frente à sensação da Liga, o Gil Vicente, que não perdia no campeonato desde o duelo com o campeão Sporting, há 12 jornadas. A tarde também foi de glória para André Silva, autor, seguramente, de um dos golos do ano.

Sem poder contar com o lesionado Pedro Moreira, Armando Evangelista apostou em Pité para completar o triângulo do meio-campo arouquense com Leandro e David Simão. Os dois últimos formaram um par quase sempre perfeitamente alinhado para tentar eclipsar a luz que poderia advir dos craques Pedrinho e Fujimoto.

A estratégia resultou em pleno na primeira metade do jogo, equilibrada e com poucas oportunidades. Logo a abrir, uma perda de bola de Basso quase deu em golo de Fujimoto, mas Galovic corrigiu o erro do companheiro. O Arouca respondia de bola parada, só que a baliza gilista parecia uma miragem na hora de finalizar.

O registo manteve-se até ao minuto 44, quando David Simão foi expulso após entrada dura sobre Pedrinho. A decisão, com carimbo do VAR, indignou Carlos Pinho, presidente do Arouca, ao ponto de o dirigente ter confrontado Fábio Veríssimo quando este se encaminhava para o monitor, depois de, inicialmente, ter dado o amarelo ao médio da equipa da casa. O líder arouquense acabou expulso do banco, mas ainda esboçou um regresso dos balneários quando percebeu que David Simão viu mesmo o cartão encarnado.

A primeira parte acabava no vermelho para o Arouca, que teve de adaptar o plano de jogo a uma circunstância adversa com a qual não contaria. Dos balneários veio Tiago Esgaio, no lugar de Bukia, juntando-se a Basso e Galovic para formar uma linha de três centrais, com Thales e Quaresma a fecharem nas alas.

Antevia-se o intensificar da pressão do Gil, que tentou desfazer o nulo no arranque do segundo tempo. Fujimoto desperdiçou a melhor oportunidade, parada pelos reflexos de Victor Braga. 

Ainda que mais comedido, o Arouca não se limitava a defender e chegaria mesmo à vantagem, numa excelente cabeçada de André Silva, a cruzamento de Arsénio (55m).

Depois, o momento do jogo. O bis do brasileiro. André Silva assinou o 2-0 pouco depois, num "chapéu" antes do meio-campo que levou os adeptos na bancada central do Municipal de Arouca à loucura: Zé Carlos perdeu a bola e o avançado brasileiro bateu Ziga Frelih com um remate de pé esquerdo, que surpreendeu tudo e todos.

A partir daqui, os locais cerraram fileiras na defesa da sua baliza, perante um Gil Vicente com vontade, mas poucas ideias. As exceções foram Fujimoto, com um remate à barra, e Élder Santana, que mexeu com o ataque gilista vindo do banco. Ainda assim, o tento de honra forasteiro surgiria em tempo de compensação, num grande remate de Lucas Cunha (90+2m). Curto, porém, para uma equipa que também acabou com dez, por expulsão de Aburjania, antes do 2-1 final: o georgiano viu dois amarelos em dois minutos.

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