Sp. Braga-Benfica, 1-4 (crónica)

Sérgio Pires , Estádio Municipal de Braga
28 abr 2019, 19:42

Dez minutos, onze metros e os miúdos de Lage a calcetarem o caminho para o título

Quatro, três, dois, um…

Quatro golos, três jornadas para o fim, dois pontos na frente e uma vantagem no confronto direto.

O Benfica está em modo contagem decrescente para reconquistar o título de campeão nacional.

Se o FC Porto se afundou no Rio Ave no início desta jornada 31, os encarnados aproveitaram a pedreira de Braga para subir à liderança isolada da Liga. Pelo caminho, bateram o melhor registo de golos deste século no campeonato: têm agora 91, superando os 88 de Rui Vitória em 2015/16.

Ainda assim, não começou famoso o jogo para a equipa de Bruno Lage.

Sp. Braga-Benfica, 1-4: ficha e filme do jogo

Na primeira parte, a exibição do Benfica foi mais pálida do que o branco da camisola alternativa do Benfica.

Mais do que nervoso, o candidato, agora favorito, parecia à beira de um ataque de nervos, tolhido por uma espécie de espanto por ter a liderança ali à mercê. Aliás, a falta de coordenação entre Vlachodimos e os defesas já o indiciava desde os primeiros minutos. A boa cobertura dos espaços e rapidez nas transições rápidas da equipa de Abel Ferreira fazia o resto.

Até que, aos 33 minutos, Fransérgio encontrou uma avenida e conduziu a bola até ser abalroado por Rúben Dias já na área. Penálti convertido por Wilson Eduardo, festa da equipa da casa.

Ao intervalo, o Sp. Braga justificava a vantagem, com mais do dobro dos remates (9-4) e o triplo dos cantos (3-1). Havia, porém, mais 45 minutos para jogar. Para esses os encarnados haveriam de puxar os galões de líder e principal candidato.

Sp. Braga-Benfica, 1-4: destaques dos guerreiros

Aos 53’, João Félix fez soar o aviso com um remate ao poste. Quatro minutos depois, haveria de ser ele mesmo a cair na área, embora seja duvidoso intuir que seja o toque de raspão de Esgaio a fazer o avançado encarnado cair com aparato quando roda. Tiago Martins, porém, não teve dúvidas em assinalar o castigo máximo e João Pinheiro, no VAR, também não. Tal como aconteceria aos 64’, num novo penálti para o Benfica: há mão na bola de Bruno Viana na área, mas o remate de Pizzi é à «queima-roupa».

Alheio às dúvidas que algum dos lances pudesse levantar, Pizzi converteu ambos e em sete minutos apenas fez a reviravolta no marcador da marca dos onze metros.

Apenas mais três minutos foram precisos para Rúben Dias surgir de cabeça na área e ampliar para 3-1. A reviravolta que começou dos onze metros demorou dez minutos a consolidar-se. Assim o Benfica aproveitou a Pedreira de Braga para erguer o degrau que lhe permite a liderança isolada.

Dyego Sousa, entrado a um quarto de hora do fim, quase fez um golo de bicicleta – mas não houve muito mais Sp. Braga na segunda parte. Com os minhotos já prostrados, João Félix e Seferovic desperdiçaram oportunidades na cara de Tiago Sá.

Sp. Braga-Benfica, 1-4: destaques das águias

Não haveria de ser tão complacente Rafa, que, em cima dos 90, driblou meio mundo, fez golo, pediu desculpas ao antigo clube... E acabou por dar contornos de goleada a um resultado demasiado pesado para o que o Sp. Braga fez no primeiro tempo.

O Benfica virou o resultado, mas também fez pender para seu lado a estatística (no final do jogo tinha 16-12 em remates e igualou em cantos, 5-5, além de 53%-47% em posse de bola).

Por sua vez, o Sp. Braga sofreu a segunda goleada frente a uma equipa com a qual perdeu onze vezes e empatou uma na última dúzia de jogos – os arsenalistas não vencem desde que Sérgio Conceição treinou por estas bandas.

Dez minutos bastaram para que o Benfica desse a volta ao texto na Pedreira.

Socorrendo-nos da frase feita mais escrita e transcrita por essa internet afora: «Pedras no caminho?» Os miúdos de Lage guardam-nas a todas. Provavelmente, para calcetarem o caminho para o título.

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