Nacional-Moreirense, 1-2 (crónica)

Estádio da Madeira, no Funchal
19 ago 2018, 18:21

Justiça nos pés do adversário

Por Tomás Faustino

Foram os primeiros três pontos do Moreirense nesta época, conseguindo importante triunfo fora de casa, no terreno de um Nacional que vendeu bem cara a derrota. Emoção e incerteza no marcador de início ao fim, como todos os jogos deviam ter, com a equipa da casa a desperdiçar uma oportunidade flagrante, na marcação de uma grande penalidade, já em tempo de compensação.

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O Moreirense, que se apresentou num 4x4x2 extremamente dinâmico e versátil, sem um ponta de lança de referência, entrou muito forte no jogo e ficou a dever a si mesmo o facto de não ter sentenciado a partida logo nos instantes iniciais. Pedro Nuno e Chiquinho, os dois homens mais adiantados, apresentaram-se sempre em alta-rotação, revelando excelente entendimento entre si e com a restante equipa, baixando regularmente ao meio-campo, o que baralhava as marcações dos centrais contrários e fragilizava a ação dos laterais alvinegros. Tal desiderato proporcionou a Heriberto, sobretudo ele, uma série de oportunidades flagrantes para marcar.

Foi assim aos 4’, aos 12’ e aos 13’. O extremo que chegou a gelar o Sporting na semana passada, foi extremamente rápido a fugir nas costas de Campos, mas de forma incrível fez o mais difícil e não marcou. Na cara de Daniel Guimarães, rematou primeiro para fora, permitiu corte in extremis do lateral madeirense depois e por fim atirou ao poste. Já Pedro Nuno, que aos 2’ havia cabeceado para defesa de Daniel após boa jogada de envolvimento cónego pela direita, teve o ensejo de atirar para o fundo das redes aos 8’, após um cruzamento teleguiado de Rúben Lima.

Passado este período de maior turbulência, em que o Nacional apenas se viu num lance passível de grande penalidade, aos 9’, não assinalada após sinalética duvidosa do árbitro assistente, a equipa da casa conseguiu ser mais eficaz a reagir à pressão alta adversária e passou a anular com maior facilidade as rápidas investidas contrárias, o que lhe permitiu crescer e mandar no jogo. Assim, Alhassan fez o primeiro remate aos 20’, Rochez, isolado, viu Jhonatan negar-lhe o golo com uma palmada portentosa, aos 25’, e o mesmo Rochez, aos 26’, acertou em cheio na barra, após desviar cruzamento-remate de Witi. Até ao intervalo, três cartões amarelos para o Moreirense e registo de mais dois remates do Nacional, deixavam grande expectativa para a segunda parte.

A etapa complementar, apesar do intenso calor que sempre se fez manifestar, manteve-se com intensidade assinalável para esta fase da época, substituindo-se os períodos de domínio alternado por um autêntico frenesim de parada e resposta. Jogo aberto e bom futebol na Choupana, com os atacantes a superiorizarem-se frequentemente aos defensores contrários.

Primeiro o Nacional, com entrada altiva, a chegar ao empate por Witi, que aguentou a pressão e rematou certeiro para o fundo das redes, aos 50’, após assistência de Camacho. Pouco antes Rochez, isolado, permitiu defesa de Jhonatan, e Vítor Gonçalves, com um cruzamento perigoso, não viu ninguém fazer a emenda. Resposta imediata ao golo sofrido, Chiquinho isola-se mas Daniel, enorme, impede os seus intentos. Aos 61’, Heriberto revelou a frieza que lhe faltara na etapa inicial e deu a vitória à sua equipa, após perda de bola proibida de Arthur e assistência primorosa de Neto. O Nacional reagiu, criou perigo, esteve perto de marcar por Riascos, mas foi Daniel Guimarães quem segurou a equipa no jogo, defendendo por duas vezes disparos de Bilel, que lhe apareceu sozinho pela frente.

Já no tempo de compensação, o Nacional dispôs de soberana oportunidade para empatar. Camacho cruzou, Ivanildo cortou com o braço e o árbitro assinalou grande penalidade. Chamado a converter, Arabidze mandou por cima e esfumaram-se assim as possibilidades de repartir os pontos, num jogo em que o público vibrou do primeiro ao último minuto, face à incerteza no marcador e à frequência de lances para golo. O futebol português agradece ver algo assim.

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