Estoril-Gil Vicente, 1-1 (crónica)

8 mar 2015, 19:50
Estoril-Gil Vicente (LUSA/ Manuel de Almeida)

Com uma parte para cada equipa, o jogo só podia dar empate

Estoril e Gil Vicente empataram a uma bola na Amoreira, numa partida que colocou frente a frente dois conjuntos a viverem realidades pouco luminosas. O desenrolar do jogo sustenta esta tese e é facilmente percetível que a soma de todos os intérpretes que subiram ao relvado é superior ao produto final produzido pelos dois coletivos.

O speaker
do António Coimbra da Mota foi o primeiro a dar o mote aquando da entrada das equipas no relvado. Pretendia-se o início de nova Era no Estoril e isso era bem visível no reatar da relação com as bancadas e, sobretudo, nas caras que foram chamadas à luta pela nova estrutura técnica.

Vagner assumiu a baliza, após cinco meses a ver os jogos da Liga a partir do banco de suplentes, e Balboa formou com Sebá e Kléber um tridente ofensivo capaz de fazer sonhar qualquer treinador.

Basta adiantar o filme até ao sexto minuto para se aferir os estragos causados por estes três homens: Balboa
desmarcou Kléber na direita, o avançado colocou a bola na área e Sebá, em grande estilo, deu vantagem ao Estoril.

Um pontapé violento, cheio de raiva que pretendia afastar as nuvens da Amoreira, e que se tornou num verdadeiro murro no estómago para a equipa comandada por José Mota.

Entrava praticamente a perder e sabia que toda a envolvência podia mobilizar o adversário.

E tinha razão. O Estoril cresceu (ligeiramente) com o golo, mas esteve longe de conseguir subjugar o adversário.

Apesar do começo empolgante, a equipa ainda não tem alma para mandar.

A formação de Barcelos foi competente a defender, mas mostrou-se curta quando era altura de chegar à frente. Não há, diga-se, uma única intervenção digna de registo patrocinada por Vagner durante a primeira parte.

Os únicos momentos empolgantes foram, como se pode ler mais atrás, assinados por Balboa, Sebá e Kléber. Os únicos com arte e engenho para agitar a monotonia em que caiu o jogo.

Yazalde pôs o galo a cantar


Para perceber o que foi a segunda parte, o exercício é simples: esqueçam tudo o que leram até aqui.

Os últimos 45 minutos parecem ter sido tirados de outro filme. Talvez o único ponto de contacto sejam os primeiros cartuchos após o apito de Carlos Xistra, em que Adriano se mostrou intransponível perante um ameaço sério de Balboa.

A partir daqui, e durante largos minutos, só se viu vermelho.

O Gil assumiu a responsabilidade e criou uma, duas, três, quatro aproximações perigosas junto à baliza de Vagner.
Simy parecia não querer nada com a felicidade e foi Yazalde a devolver o sorriso aos galos após nova finalização deficiente do avançado nigeriano.

Não se pode falar em surpresa. Sentia-se que o Gil estava perto de ser feliz. E confirmou-se.

O Estoril ainda reagiu, sempre com o coração, e podia, inclusivamente, ter sido feliz. Adriano fechou a porta e provou que quando não se está com a maré, a felicidade custa mais a chegar.

E o Estoril vai ter de esperar mais uma semana a encontrar.

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