Boavista-Famalicão, 2-5 (crónica)

Vítor Hugo Alvarenga , Estádio do Bessa, Porto
5 nov 2021, 23:17

A soma de todos os males no Bessa

O Boavista perdeu no Estádio do Bessa com o Famalicão por números preocupantes (2-5), em encontro referente à 11.ª jornada da Liga. A equipa axadrezada não vence para o campeonato desde 23 de agosto, data em que disputou a terceira ronda da prova, e está em evidente cenário de crise.

O Famalicão, em franca recuperação, chegou ao intervalo a vencer por 3-1 e ainda beneficiou da expulsão de Reggie Cannon (58m) para gerir a ampliar a margem na etapa complementar do encontro. A equipa de Ivo Vieira salta para o patamar seguro dos dez pontos, menos um que o adversário desta sexta-feira.

As explicações para a crise de resultados do Boavista são complexas e abrangem diversos factores. Um deles, meramente desportivo, é inegável: a falta de entrosamento entre jogadores que chegaram de contextos diferentes e sem conhecimento da realidade portuguesa.

No onze apresentado por João Pedro Sousa, por exemplo, havia dez nacionalidades representadas e seis dos jogadores chegaram no início da temporada a Portugal.

Para além disso, é obrigatório falar do panorama físico. O treinador axadrezado já abordou o défice de preparação em algumas unidades que foram integradas mais tarde, mas há uma onda de lesões perturbante no Bessa. Frente ao Famalicão, Tiago Ilori voltou a sair devido a problemas físicos, motivando nova adaptação no eixo defensivo.

O duelo no recinto axadrezado teve desta forma dois intervenientes em contraciclo. Um Boavista em nítida quebra, após um bom arranque de campeonato, e um Famalicão em constante evolução, apresentando diversos talentos interessantes e favoráveis a um futebol positivo.

Pedro Brazão, do alto dos seus 18 anos, estreou-se a marcar na Liga portuguesa logo ao terceiro minuto de jogo, após mau passe de outro jovem, Tiago Morais. Brazão, lançado na primeira equipa do Nice por Patrick Vieira, aos 16 anos, deliciou os presentes com vários pormenores de qualidade.

O Boavista ainda estava a recuperar do primeiro golo quando Pedro Brazão surgiu no corredor central, olhou para um lado e passou para o outro, lançando o 0-2 de Banza, ao minuto 16.

Com Heriberto Tavares, Iván Jaime, Pedro Brazão e Simon Banza, o Famalicão aproveitava as fragilidades defensivas do adversário. Na resposta, não obstante a pressão exercida, a equipa da casa ia criando poucas oportunidades de golos.

Nathan substituiu o lesionado Tiago Ilori e seria o lateral adaptado a central a provocar o desequilíbrio que possibilitou o 1-2 de Musa, ao minuto 44. Porém, esta não era noite para o Boavista. Logo depois, após livre batido por Pêpê Rodrigues, Alexandre Penetra marcou o terceiro golo dos visitantes.

João Pedro Sousa, aplaudido pelos adeptos do Famalicão que se deslocaram ao Estádio do Bessa, alterou as peças do xadrez ao intervalo mas o resultado foi semelhante. Num dos primeiros lances da segunda parte, em novo livre indireto, Alex desviou de cabeça e Banza finalizou , chegando aos sete golos na prova.

O avançado francês, em época de estreia na Liga, igualou os portistas Taremi e Luis Díaz no topo da lista de melhores marcadores.

Ainda antes da hora de jogo, apresentando a soma de todos os males do Boavista, Reggie Cannon foi expulso com vermelho por travar Iván Jaime quando o espanhol seguia isolado para a baliza de Alizera.

Em superioridade numérica, a formação orientada por Ivo Vieira ainda chegou ao quinto golo, por Pêpê Rodrigues (72m), antes da resposta final de Yusupha (77m), atenuando o cenário de goleada no Estádio do Bessa. Nada que tenha diminuído, ainda assim, o volume dos protestos dos adeptos axadrezados.

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