Champions: FC Porto-Lokomotiv, 4-1 (destaques)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Dragão, Porto
6 nov 2018, 22:01
FC Porto-Lokomotiv Moscovo

Óliver, visão e decisão

A FIGURA: Óliver

Conceição elogiara-lhe a «aceitação e humildade» na véspera deste jogo, face à evolução e preponderância que o médio espanhol tem tido na equipa. E o «nuestro hermano» continuou a mostrá-la. Pela quinta vez titular esta época e nos últimos seis jogos - só não o foi com o Varzim, para a Taça da Liga – Óliver encheu o campo. De várias formas. Consistente todo o jogo, mesmo quando o Lokomotiv procurou atacar. Visão e precisão sublimes, a colocar a bola onde quis, dando riqueza e diversidade de opções atacantes ao ataque. Conjugação perfeita só pedia um golo, mas houve assistência para o decisivo 3-1 de Corona, a sentenciar. É apreciar, porque vale o bilhete… e o enorme aplauso do Dragão ao minuto 83, aquando da substituição.

O MOMENTO: toque latino a sentenciar (67’)

Já depois de ter passado uma fase não tão dominante e controladora antes do 2-0, o FC Porto sentenciaria e renovaria depois a vantagem de dois golos numa altura decisiva do encontro. Os russos espreitavam o empate a duas bolas, quando um mau pontapé de Guilherme foi aproveitado por Óliver. Com calma e classe, o espanhol isolou o mexicano Corona e este, também sereno, tirou Idowu do caminho e fez o 3-1. Toque latino decisivo para o desfecho, de dois dos melhores jogadores em campo.

Champions: FC Porto-Lokomotiv, 4-1 (crónica)

OUTROS DESTAQUES

Herrera: condicionado, segundo Conceição, desde o jogo na Rússia, o médio mexicano voltou à titularidade duas semanas depois e precisamente contra o mesmo adversário. Homem mais adiantado do trio do meio campo, apoiou com eficiência a ligação entre a zona média e o ataque e foi crucial para o desfecho do jogo. Apareceu bem em zona de finalização na área a desviar para o 1-0. Em cima do intervalo, numa altura de aperto ofensivo do Lokomotiv pelo empate, assistiu com um passe picado e de classe para o 2-0 de Marega. O abraço de Conceição após o seu golo ilustra união.

Anton Miranchuk: o elemento globalmente mais perigoso e ativo do Lokomotiv em todo o jogo. O extremo de 23 anos, preferencialmente colocado esta noite por Semin do lado direito do ataque - compondo o trio de apoio a Eder - variou por vezes para zonas mais centrais do relvado e colocou em teste a defensiva portista com algumas transições rápidas. Foi quem mais levou os russos para a frente com critério e esteve perto do golo em dois remates, aos 22 e 36 minutos.

Marega: é-lhe reconhecido, por vezes, algum défice técnico, compensado pela raça, velocidade e força que coloca em campo. Certo é que o maliano, principal referência no ataque esta noite, mostrou-se mais coeso no domínio de bola e nas combinações com os colegas de equipa. Exemplo disso, a jogada em que assiste Herrera para o 1-0. E como se solta para depois arrancar em direção ao 2-0. Quarto jogo consecutivo a marcar pelo FC Porto, algo que nunca tinha feito pelo clube.

Farfán: mexeu e de que maneira com o jogo, recolocando o Lokomotiv na discussão do resultado com um golpe de cabeça ao minuto 59. O peruano, o mais experiente da equipa russa nestas andanças – 58 jogos, dez golos com o de hoje na Champions – criou várias dificuldades a Alex Telles na marcação e também apareceu no meio para desequilibrar pontualmente.

Corona: a confiança está instalada no mexicano. Exibição de regalar a vista, com rasgos técnicos sucessivos pelo lado direito do ataque, a ludibriarem Idowu. Mostrou raça e raramente deu um lance de disputa de bola por perdido. Coroou a exibição com o terceiro golo, decisivo numa altura em que o Lokomotiv procurava o 2-2.

Felipe: merece nota de destaque pela coesão defensiva global que mostrou. A exemplo disso, um corte importante perante Aleksei Miranchuk logo nos primeiros minutos e a interceção, aos 36’, de uma bola na área que ia direitinha para o isolado Eder.

Otávio: nota pelo golo marcado, numa "bomba" sem apelo para Guilherme, a fechar com ouro e rótulo de goleada a vitória europeia desta noite no Dragão.

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