Liga Campeões: Real Madrid-Manchester City, 3-1 (crónica)

4 mai 2022, 22:37

Uma «remontada» para a história

Épico! Esta eliminatória vai ficar nos anais da história da Liga dos Campeões e do futebol. O Manchester City teve a final nas duas mãos, depois de uma fenomenal assistência de Bernardo Silva, mas deixou-a escapar por entre os dedos, com Rodrygo a bisar em um minuto e meio sobre o minuto noventa. Já no prolongamento, Karim Benzema carimbou definitivamente o passaporte para Paris na conversão de uma grande penalidade. Espetacular «remontada» dos merengues que, desta forma, marcam encontro com o Liverpool para 28 de maio.

Histórico! Onze golos e emoção até ao último suspiro. O Manchester City chegou ao Bernabéu com uma vantagem de 4-3, chegou a elevá-la para 5-3, mas este Real Madrid tem sete vidas e voltou à eliminatória com um «bis» de Rodrygo mesmo sobre o minuto noventa. Embalada, a equipa de Carlo Ancelotti entrou no prolongamento a todo o gás e quando se viu em vantagem fez valer toda a sua experiência para garantir que vai estar na final de Paris.

Mas vamos ao início. O Real Madrid sabia que tinha de marcar mais do que o City para poder sonhar com a final e isso foi evidente logo no arranque da partida, com a equipa de Carlo Ancelotti a prescindir da luta territorial e pela posse de bola, para apostar tudo num futebol mais direto e pragmático. Foi por isso uma entrada forte da equipa espanhola, logo com dois remates de Benzema nos primeiros minutos a deixar claras as suas intenções.

O Manchester City demorou mais a entrar o jogo, até porque o Real Madrid fazia uma pressão alta e atrapalhava a habitual saída de jogo do City, de pé para pé, a subir em bloco e a obrigar o adversário a recuar. A equipa de Guardiola demorou a entrar no jogo, mas acabou por impor-se, aos poucos, com Bernardo Silva a recuar para ajudar na fase de construção. Já com a bola segura, o City começou a explorar os muitos espaços que o Real Madrid deixava em aberto, com Cancelo e Bernardo Silva a darem muito trabalho a Carvajal sobre a esquerda. O Real teve de recuar, mas ia conseguindo sair, com Vinicius muito ativo e com pulmão para correr todo o campo, quando tinha espaço.

Com mais bola, o City também começou a aparecer mais perto da baliza de Courtois e Bernardo Silva, em todo o lado, teve a primeira grande oportunidade da partida, com um remate com o pé direito, depois de um grande passe de De Bruyne. Seguiram-se novas oportunidades flagrantes por Gabriel Jesus e também de Foden, mas o Real Madrid ia respondendo a espaços, com destaque para um livre de Kroos a rasar a barra. A intensidade foi crescendo ao logo de toda a primeira parte, mas o intervalo chegou ainda sem golos.

O Real Madrid voltou a apostar numa entrada forte, uma vez que continuava a precisar de pelo menos um golo, e, logo no pontapé de saída, Carvajal lançou Vinicius que, com a baliza escancarada, atirou ao lado. O jogo estava mais aberto, mas também mais equilibrado, com os minutos a correrem para o final, com parada e resposta. Carlos Ancelotti decidiu arriscar um pouco mais, a vinte minutos do final, abdicando de Kroos para lançar Rodrygo para a frente, mas foi o City que acabou por chegar ao golo.

Bernardo desembrulha o mapa de Paris

Bernardo Silva, que já dava espetáculo nesta altura, arrancou pela zona central, com a bola colada ao pé, antes de a soltar para a entrada fulminante de Mahrez, que encheu o pé e fez a bola entrar junto ao primeiro poste.

Um golo muito festejado pelo City, uma vez que aumentava a vantagem para 5-3 e deixava Paris à vista. Parecia que estava feito, até porque o Real Madrid, nesta altura, não conseguia reagir e o City teve mais uma mão cheia de oportunidades para matar a eliminatória. João Cancelo atirou uma bomba para grande defesa de Courtois e Jack Grealish, lançado por Guardiola, teve por duas vezes o golo nos pés depois de uma entrada a todo o gás.

A segunda vida do Real Madrid

O Real Madrid foi resistindo e, sobre o minuto noventa, ganhou nova vida. Grande passe de Camavinga,  Benzema amorteceu na área e Rodrygo atirou a contar. O Real Madrid voltava a ficar a um golo de empatar a eliminatória e tinha mais cinco minutos para jogar. Bola ao centro e novo golo de Rodrygo, desta vez de cabeça, a cruzamento de Carvajal, já depois de Asensio ter penteado a bola. O Bernabéui explodia em festa e Guardiola levava as mãos à cabeça.

Em apenas um minuto e meio, o Real Madrid empatou a eliminatória, com um sensacional 5-5. Um segundo golo que bateu fundo ao Manchester City. Com as bancadas em euforia, o Real Madrid voltou a entrar mais uma vez com tudo e, logo a abrir o prolongamento, Benzema foi derrubado por Rúben Dias e as bancadas silenciaram-se. O avançado francês, sempre associados às remontadas do Madrid, pegou na bola, colocou-a na marca dos onze metros e atirou a contar. Loucura!

Paris estava já ali ao virar da esquina. O Real Madrid estava, pela primeira vez, em vantagem na eliminatória e não estava disposto a largá-la. Pepe Guardiola, que já tinha lançado Grealish e Gundogan, lançou ainda Sterling para o assalto final. O City ainda contou com uma oportunidade flagrante, com Fernandinho em carrinho, mas a festa final foi mesmo do Real Madrid.

A equipa espanhola vai, assim, para a sua 17.ª final,  enquanto Carlo Ancelotti também vai jogar a sua quinta, com possibilidades de levantar um quarto troféu.

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