Dossier Champions: vitória dá menos, mas portugueses ganham mais

22 fev, 09:00
Salzburgo-Benfica (EPA/ANNA SZILAGYI)

O que muda a partir desta época na distribuição das receitas financeiras com a nova Liga dos Campeões

A Liga dos Campeões vai mudar esta temporada e, com ela, muda também ligeiramente o sistema atual de distribuição de receitas. Antes de mais, porque o bolo total vai crescer: a UEFA reserva 4,4 mil milhões de euros para distribuir pelas competições europeias, sendo a Liga dos Campeões fica com 2,4 mil milhões de euros.

Com o aumento do número de jogos que cada clube efetua na primeira fase, passando dos atuais seis para oito jogos, o valor por vitória ou empate diminui. Desta forma, a vitória passa dos atuais 2,7 milhões, para 2,1 milhões a partir da próxima temporada, enquanto o empate passa dos atuais 900 mil euros para 700 mil euros no próximo ano.

Isto significa que uma equipa que ganhasse todos os jogos no atual modelo receberia um prémio de performance total de 16,8 milhões, o que é mais do que os 16,2 milhões que podia ganhar anteriormente.

Para além disso, havendo mais jogos a possibilidade dos clubes portugueses somarem mais pontos aumenta, o que traz também mais prémios financeiros, à partida.

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No entanto, o que vai realmente fazer a diferença para os clubes portugueses é que a partir da próxima época o market pool deixa de funcionar como fazia até aqui.

Mas por partes.

Antigamente as receitas das Liga dos Campeões dividiam-se em quatro blocos: prémio de entrada (25 por cento), prémio do ranking (30 por cento), prémio de desempenho (30 por cento) e market pool (15 por cento). A partir desta época haverá apenas três blocos: prémio de entrada (27,5 por cento), prémio de performance (37,5 por cento) e combinado do ranking e market pool (35 por cento, ou seja menos 10 por cento do que agora).

No fundo, o ranking e, sobretudo, o market pool perdem peso, numa alteração que à UEFA pretende introduzir de forma a tornar a distribuição de receita mais justa. Isto porque atualmente, um clube de um mercado grande como, por exemplo, a Polónia ou a Rússia, mesmo que perdesse todos os jogos, recebia mais dinheiro do que um clube de um mercado pequeno. O que significa uma discriminação de acordo com o país de nascimento.

Ora sabendo-se que Portugal é dos mercados mais pequenos e que têm menos receitas do market pool, esta alteração vai acabar por beneficiar os clubes nacionais.

RECEITAS A DISTRIBUIR PELA UEFA NAS PROVAS EUROPEIAS

Total: 4,4 mil milhões de euros

Montante a distribuir solidariamente: 773 milhões (10,5 por cento)
         - 308 milhões para clubes não participantes nas provas europeias (7 por cento)
         - 132 milhões para clube eliminados nas pré-eliminatórias (3 por cento)
         - 25 milhões para Liga dos Campeões feminina (0,5 por cento)

Sobram 3,3 mil milhões de euros que serão distribuídos assim:
         - 2,4 milhões para os clubes participantes na Liga dos Campeões (74 por cento)
         - 565 milhões para os clubes participantes na Liga Europa (17 por cento)
         - 285 milhões para os clubes participantes na Liga Conferência (8,6 por cento)

Os 2,4 mil milhões de euros destinados a Liga dos Campeões serão distribuídos assim:
        - 660 milhões de euros para o prémio de entrada na primeira fase
        - 900 milhões de euros para os prémios de desempenho
        - 840 milhões euros para os prémios de ranking e market pool

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