Número de mortes nas inundações na Líbia aumenta para 11.300

Andreia Miranda , com Lusa
14 set 2023, 19:40
Cheias na Líbia (Getty Images)

Há mais de dez mil pessoas desaparecidas

O Crescente Vermelho Líbio revelou, esta quinta-feira, que o número de mortos devido às inundações na cidade de Derna, no leste da Líbia, subiu para 11.300, enquanto prosseguem os esforços de busca, avança a Associated Press.

Segundo Marie el-Drese, secretária-Geral do grupo de ajuda humanitária, mais 10.100 pessoas estão dadas como desaparecidas na cidade costeira.

Na cidade líbia de Derna milhares de pessoas têm sido enterradas em valas comuns, enquanto as equipas de busca continuam a procurar por desaparecidos pelas ruínas deixadas pelas inundações devastadoras.

As inundações, causadas pelo colapso de duas barragens durante a passagem da tempestade Daniel, destruindo bairros inteiros e arrastando famílias em direção ao mar que, agora, começa a devolver os corpos. Há pelo menos 30 mil pessoas desalojadas na cidade de Derna e ainda mais de seis mil em zonas como Benghazi.

De acordo com dados do Fundo de Respostas de Emergência das Nações Unidas, há, no total, 884.000 pessoas que necessitam de assistência por causa das cheias, sendo que dessas, 250.000 precisam de ajuda urgente e imediata para sobreviver, indicou a ONU na sua conferência de imprensa diária.

A organização desbloqueou já dez milhões de dólares do seu fundo de emergência para fazer chegar às vítimas das inundações na Líbia bens de primeira necessidade e tentar impedir uma crise sanitária que poderá ser causada pelo elevado número de mortos que jazem a céu aberto, a falta de água potável ou outros fatores, explicou o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.

Prevenir o surgimento de alguma epidemia e “restaurar rapidamente algum tipo de normalidade deve ter precedência sobre qualquer outra preocupação nestes momentos difíceis para a Líbia”, declarou.

“Bairros inteiros foram varridos do mapa. Famílias inteiras, apanhadas de surpresa, foram arrastadas pelo dilúvio de água. Milhares de pessoas morreram, dezenas de milhares ficaram desalojadas e muitas mais continuam em paradeiro desconhecido”, recordou o responsável humanitário.

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