Klebsiella pneumoniae detetada no Hospital de Santa Maria, 11 bebés infetados: que superbactéria é esta, que doenças causa, que riscos há

27 jul 2023, 19:59

Esta bactéria foi detetada no serviço de neonatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Há 15 bebés em isolamento, 13 estão infetados

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Bactéria coloca em isolamento todos os bebés internados no serviço de neonatologia do Hospital de Santa Maria

 

O que é?

A klebsiella pneumonie pertence a um grupo de enterobactérias - família de bacilos gram-negativos - que está na origem de uma ampla gama de infeções em humanos e animais. É do mesmo grupo da bactéria Escherichia coli (E. coli). Um surto da klebsiella pneumonie colocou em isolamento todos os bebés do internamento do serviço de neonatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Dos 15 bebés internados, 11 estão infetados - mas estáveis.

Porque é que é considerada uma superbactéria?

Porque faz parte da lista de bactérias multirresistentes a antibióticos. Segundo a CNN Brasil, que noticia casos de infeção e posterior morte de bebés no Hospital Estadual Santa Casa, de Cuiabá, quando bactérias como a klebsiella pneumoniae “produzem uma enzima conhecida como carbapenemase (conhecida como organismos produtores de KPC - klebsiella pneumoniae carbapenemase)”, a classe de antibióticos chamados 'carbapenem'  “não funciona”, o que pode colocar em risco a vida da pessoa infetada. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em metade dos casos de infeção por klebsiella pneumoniae este tipo de antibiótico não consegue ser eficaz.

Mas esta bactéria é sempre agressiva?

Nem por isso - aliás, na maior parte dos casos é inofensiva. Esta bactéria torna-se perigosa quando afeta outras partes do corpo que não os intestinos, especialmente se a pessoa já estiver doente, como se lê no site WebMD.

Em que parte do corpo está?

A klebsiella pneumoniae pode ser encontrada no intestino humano, embora não cause doença neste órgão. Pode ainda ser detetada em fezes.

Como se dá o contágio?

Ao contrário, por exemplo, do vírus que dá origem à covid-19, esta bactéria não se transmite pelo ar. Em ambientes de saúde ou privados, pode ser transmitida através do contacto pessoa a pessoa (através das mãos contaminadas, por exemplo) ou, menos comumente, como diz o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, “pela contaminação do ambiente”. Pode ainda ocorrer durante cirurgias se o material estiver contaminado ou quando os pacientes necessitam de cuidados que “requerem dispositivos como ventiladores (máquinas de respiração) ou cateteres intravenosos”.

Que doenças causa?

Pneumonia, infecções na corrente sanguínea e meningite são as três consequências graves mais comuns.

Quais os sintomas?

Os sintomas dependem da zona do corpo onde a bactéria atua, mas, por norma, são comuns aos de outras infeções, podendo causar febre, tosse, dor no peito, problemas respiratórios e sangramento, sobretudo em casos de pneumonia, como explica o site Healthline.

Como se previne?

Através da boa higienização das mãos e dos espaços, tal como se dá a prevenção do contágio de outras bactérias e até de vírus.

Como é feito o tratamento?

Por se tratar de uma bactéria, é feito o uso de antibióticos, mais concretamente “cefalosporinas (cefotaxima e ceftriaxona) e carbapenémicos (imipenem e cilastatina)”, diz o site WebMD.

São as pessoas internadas de maior risco?

Sim. A klebsiella pneumoniae é uma das principais causas de infeções hospitalares, diz a Organização Mundial da Saúde. De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a infeção hospitalar por esta bactéria pode ocorrer com mais facilidade em “pacientes que estão a fazer longos períodos de certos antibióticos”. Por norma, diz o organismo, “pessoas saudáveis não contraem infecções por klebsiella pneumoniae”.

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