Em causa está um problema com Kanye West e respetivos comentários racistas e antissemitas
A Adidas decidiu vender alguns dos artigos que fabricou com o rapper Kanye West, nomeadamente as sapatilhas Yeezy, e doar parte das receitas a instituições de caridade. O anúncio foi feito pelo presidente executivo, Bjørn Gulden, na reunião anual dos acionistas da empresa.
A marca tem estado numa situação controversa desde que colocou um ponto final na colaboração com o rapper norte-americano, agora conhecido por Ye, devido aos seus comentários racistas e antissemitas nas redes sociais, no final do ano passado. Ye apareceu no seu desfile da Semana da Moda de Paris com uma t-shirt "White Lives Matter" e numa publicação no Twitter fez referência ao “defcon 3”,um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário, relacionando-o com os judeus.
O comportamento do artistas custou à Adidas milhões em vendas, contribuindo para o seu primeiro prejuízo anual em mais de três décadas. Durante meses, a empresa ponderou um conjunto de soluções que incluíram a mudança de marca das sapatilhas, a sua liquidação ou uma forma de doação e até mesmo destruir os modelos produzidos. Contudo, isso prejudicaria o seu lucro operacional em 500 milhões de euros este ano.
"O que estamos a tentar fazer agora, ao longo do tempo, é vender alguma desta mercadoria... queimar os bens não seria uma solução", disse Bjorn Gulden, acrescentando que as receitas seriam doadas a organizações que também foram prejudicadas pelos comentários.
O CEO da Adidas afirmou ainda que a empresa decidiu vender parte da mercadoria em vez de a doar porque não queria que os produtos chegassem ao mercado indiretamente, revelando que ainda está a trabalhar na forma como as vendas vão ser efetuadas.