Sete dos oito arguidos acusados da morte de adepto do FC Porto vão a julgamento por homicídio

10 set 2023, 19:22
Igor Silva

TIC considera ter ficado provada a intenção de matar Igor Silva durante os festejos do título do FC Porto em 2022

O Tribunal de Instrução Criminal do Porto vai levar a julgamento sete dos oito arguidos acusados da morte de um adepto junto ao Estádio do Dragão aquando dos festejos do título de campeão nacional do FC Porto em maio de 2022.

«Os arguidos Renato Gonçalves, Marco Gonçalves (conhecido por Marco ‘Orelhas’), Paulo Cardoso, Diogo Meireles, Miguel Pereira, Rui Costa e Sérgio Machado não souberam refrear os seus impulsos violentos, motivados por um desejo de vingança, numa escalada de violência, por motivos relacionados com desentendimentos familiares que envolviam os arguidos Renato Gonçalves e Marco Gonçalves [filho e pai] com o Igor Silva», lê-se na decisão instrutória a que a Lusa teve acesso.

Segundo o juiz de instrução criminal, os arguidos demonstraram ter «personalidades agressivas, propensas à violência extrema, com total desvalor pela vida humana» e procuraram tirar partido do grande aglomerado de pessoas que se encontrava junto ao Estádio do Dragão para consumarem o crime.

A vítima, recorde-se, foi agredida e esfaqueada 18 vezes, considerando o juiz que a intenção passava por matar Igor Silva, de 26 anos.

«Da prova produzida nos autos e supra analisada resulta claro que o clima de conflito entre Igor Silva, Renato Gonçalves [filho de Marco ‘Orelhas’] e os seus familiares, conhecido desde inícios do corrente ano [2022], altura em que supostamente o Igor Silva terá agredido o Renato Gonçalves, agravou-se posteriormente quando, dias antes dos factos (02 maio), o Igor Silva supostamente terá agredido a arguida Iara Gonçalves [filha de Marco ‘Orelhas’] na Queima das Fitas no Porto», refere ainda a decisão instrutória.

Segundo o TIC do Porto, foi este episódio que originou a procura de vingança por parte de familiares de Iara Gonçalves, que a mãe da vítima queria que fosse julgada pelo homicídio do filho mas que será julgada, juntamente com a mãe, Marisa Santos, e uma terceira arguida por ofensas contra uma jovem.

«É novamente com esta sensação de superioridade destemida de força grupal que os elementos da família Gonçalves se dirigem para a zona onde supostamente teriam informação da presença do Igor no meio dos festejos [do título do FC Porto] e procuram fazer a sua justiça sem olhar a meios, afastando e agredindo tudo e todos no seu caminho, concretamente aqueles que tentaram evitar, posteriormente, a perseguição e agressão ao Igor Silva», considerou ainda o juiz de instrução criminal.

O oitavo arguido vai responder em julgamento por ameaça.

Três dos arguidos, entre os quais Marco Orelhas e o filho, estão em prisão preventiva.

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