Dez anos depois, Tribunal de Almada volta a condenar a 17 anos de prisão homem que disparou contra a filha. Arguido tem continuado em liberdade

Agência Lusa , DCT
1 abr 2022, 13:59
Justiça

Em 2012, o ex-fuzileiro foi condenado a 17 anos de prisão. Ficou em liberdade no ano seguinte.

O Tribunal de Almada voltou esta sexta-feira a condenar um antigo fuzileiro a 17 anos de prisão por ter disparado sobre a própria filha em 2011, deixando-a tetraplégica, num julgamento já realizado cinco vezes.

O arguido, que se encontra em liberdade desde 2013, foi novamente condenado por homicídio qualificado na forma tentada e a defesa anunciou, após a leitura da sentença, que pretende voltar a recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa.

O caso remonta a abril de 2011, quando António Santos terá atingido a tiro a própria filha, Diana Santos, médica no Hospital de Évora, na altura com 26 anos, alegadamente porque não aceitava a relação de namoro que mantinha.

Em 2012, o ex-fuzileiro foi condenado a 17 anos de prisão, mas Tribunal da Relação de Lisboa mandou repetir o julgamento e esta sexta-feira o Tribunal de Almada voltou a confirmar a decisão.

“Estas coisas do Direito não são como começam, mas são como acabam e ainda não acabou. Esta decisão já foi anulada por quatro vezes”, disse aos jornalistas o advogado de defesa Gameiro Fernandes, adiantando que a sentença de hoje é um "copy paste" das decisões anteriores.

Em declarações no final da leitura da sentença, o advogado explicou que a decisão mantém uma dupla qualificação do crime, porque condena pela lei das armas e condena pelo homicídio qualificado, tendo sido pedida a alteração da qualificação ao tribunal, que não se pronunciou, pelo que poderá traduzir-se numa nova nulidade.

Gameiro Fernandes adiantou que a defesa admite que o arguido seja condenado, “mas, que seja condenado numa pena justa, ou seja, que atenda ao estado psíquico que tinha à data dos factos”.

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados