Sócrates retoma subvenção vitalícia e só responde ao tribunal sobre viagens "se as perguntas forem feitas com bons modos"

15 jun 2022, 22:24
José Sócrates

Antigo primeiro-ministro falou sobre as suas viagens ao Brasil superiores a cinco dias e não comunicadas às autoridades

José Sócrates acusa a justiça portuguesa de abuso por exigir informações sobre as viagens que tem feito ao Brasil desde abril do ano passado. Em entrevista à SIC, o antigo primeiro-ministro diz que não teria problema em responder a todas as perguntas do tribunal se estas fossem feitas "com bons modos".

“A senhora juíza não me pode obrigar nem pode ir perguntar à polícia sobre onde andei e onde deixei de andar. É apenas um abuso, disse José Sócrates, que acrescentou: "Quando me pedem com bons modos eu respondo. Quando me perguntam como se fosse um Estado policial eu reajo mal a isso".

Na entrevista, Sócrates argumentou que não tem o dever de comunicar as viagens ao tribunal porque não tem termo de identidade e residência neste processo e acrescentou ainda que "se a juíza [Margarida Alves] pediu é porque não o tinha".

O antigo primeiro-ministro justificou que tem viajado para São Paulo apenas para estudar e garante que está a suportar todas as despesas sozinho. "Eu fui ao Brasil cumprir apenas as minhas obrigações académicas. Inscrevi-me num doutoramento na Universidade de São Paulo e foi para isso que viajei. E escrevo numa revista brasileira. Para nada mais do que isso. Também tenho muitos amigos no Brasil. Agora não estou a fazer política no Brasil, não participo em campanhas nenhumas", justificou.

Sócrates retoma subvenção vitalícia 

"Com certeza que sou eu que custeio todas estas viagens. Eu tenho trabalhado, nestes últimos tempos, para algumas empresas mas também retomei a minha subvenção vitalícia que me tem permitido custear todas estas despesas”, disse José Sócrates na mesma entrevista.

Desde junho de 2016 que Sócrates recebia da Caixa Geral de Aposentações uma subvenção de 2.372 euros brutos. O antigo primeiro-ministro deixou de receber a subvenção mensal vitalícia, como ex-deputado, porque esteve a trabalhar no setor privado. As duas situações - trabalhar e receber subvenção - são incompatíveis. Agora, segundo o próprio, voltou a receber este valor. "Interrompi a minha atividade profissional", revelou.

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