«Benfica e Flamengo muito prejudicados pela falta de público»

Nuno Travassos , Centro de estágios do Seixal
28 out 2020, 16:08

Jorge Jesus falou sobre o regresso dos adeptos ao Estádio da Luz e explicou a sua teoria

Jorge Jesus saudou o regresso do público ao Estádio da Luz, já amanhã, na receção ao Standard de Liège, da segunda jornada da fase de grupos da Liga Europa.

«Queremos que o futebol possa ter adeptos. Mais vale poucos do que nenhuns. Uma das grandes motivações dos jogadores é poder jogar para os adeptos. Quando não tens adeptos não é a mesma coisa. A adrenalina e a ansiedade é diferente, há uma quebra. Num estádio de 65 mil pessoas, se estiverem quatro ou cinco mil não vai de certeza interferir com a saúde das pessoas. Estou feliz de poder amanhã já ter alguns espectadores no Estádio da Luz», afirmou o técnico dos encarnados na conferência de imprensa de antevisão do jogo, que decorreu esta tarde no centro de estágios do Seixal.

Jesus concordou que a falta de adeptos nas bancadas torna o futebol mais imprevisível, explicando a sua teoria que são os clubes com mais adeptos que saem mais prejudicados. «Sinto isso pela experiência que tenho no Brasil e em Portugal. Estive no clube com maior número de adeptos no mundo [Flamengo] e vim para o clube com maior número de adeptos em Portugal [Benfica]. Essas equipas saem mais prejudicadas em relação a outras que não têm este poder. O fator psicológico das equipas que jogam nos estádios sem adeptos tem muita influência no controlo emocional do jogo. São as equipas que têm o poder de ter mais adeptos no estádio», concluiu. 

O treinador do Benfica foi ainda confrontado com os recordes de casos novos de covid-19 que têm sido atingidos em Portugal, e o risco de isso implicar que o futebol (entre outras atividades) venha a parar novamente.

«Estamos todos a par do que esta a acontecer em todo o mundo, e em Portugal também. Os entendidos dizem que esta segunda vaga pode ser mais grave, e todos nós desejamos continuar a trabalhar, a fazer aquilo que gostamos. Até que ponto, até que limite? Não sei. O que sei é que temos de saber viver com isto. Isso não tenho dúvida. A experiência do mundo, e de todos nós, já deu para perceber que, se calhar, não há outro caminho, mesmo que as regras tenham de ser mais apertadas. Até aparecer a milagrosa vacina», respondeu.

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