E aí está o quarto olímpico com vista para o Rio!

25 jun 2015, 10:23

Confirmada a quarta presença olímpica do futebol português, altura para responder a algumas perguntas (mais ou menos) frequentes

O apuramento de Portugal para o torneio de futebol nos Jogos do Rio de Janeiro, graças à passagem às meias-finais do Europeu de sub-21, pode suscitar algumas interrogações práticas aos adeptos. Eis uma lista de respostas a perguntas frequentes – e outras nem tanto... - sobre o quarto torneio olímpico na história das seleções portuguesas.

1- Em que datas decorre o torneio Olímpico?

A prova masculina, com 16 seleções, é entre 4 e 20 de agosto de 2016, a feminina, com 12 equipas, começa e acaba um dia antes. Curiosamente, a cerimónia de abertura é só no dia 5, já depois do arranque do futebol. A final masculina está marcada para um sábado, véspera do encerramento.

2- Os jogos de futebol vão ser todos no Rio de Janeiro?

Não, a final está marcada para o Maracanã
e o estádio Olímpico João Havelange também vai acolher jogos, mas seis outras sede do Mundial 2014 vão, em princípio, ser utilizadas. Entre elas, o Arena Corinthians (São Paulo), Mineirão (Belo Horizonte), Fonte Nova (Salvador), Estádio Nacional (Brasília) e o Arena Amazónia (Manaus).


Mascotes olímpicas no Maracanã


3- Além de Portugal, quem é que já garantiu o apuramento?

O Brasil
, claro, como país organizador. A Argentina
, como campeã sul-americana. Dinamarca
, Alemanha
, Portugal
e Suécia
, representantes europeus. Há dez vagas por definir: três para a Ásia, três para África, duas para a CONCACAF, uma para a Oceânia. Sobra uma, para ser decidida num play-off entre a Colômbia e outro representante da CONCACAF, marcado para março do próximo ano.


A festa dos dinamarqueses


4- Como está organizada a fase final?

As 16 equipas são divididas por quatro grupos de quatro, com critérios geográficos a condicionar o sorteio. Em princípio, só haverá uma equipa europeia por grupo, embora os critérios sejam afinados mais em cima da competição. Ao fim de três jornadas, que se realizam entre 4 e 10 de agosto, os dois primeiros de cada grupo passam aos quartos de final. Atenção: na fase de grupos, caso haja igualdade de pontos, o primeiro fator de desempate é o saldo de golos – como acontece nas provas da FIFA – e não o confronto direto – como é hábito nas provas da UEFA, incluindo este Europeu de sub-21. Nos jogos a eliminar, final incluída, joga-se o habitual prolongamento de meia hora em caso de empate, seguido de desempate por grandes penalidades, se tal for ainda necessário.

5- Quantos jogadores podem ser convocados para a fase final?

Cada federação envia uma primeira lista provisória com 35 nomes, dois quais quatro podem ser guarda-redes. A lista final é composta por apenas 18 jogadores, dos quais dois guarda-redes. No entanto, há uma lista adicional de quatro elementos (um deles guarda-redes), que ficam em stand-by e podem ser chamados ao torneio em caso de lesão.

6- Qual é o limite de idade para os jogadores?

No torneio masculino cada equipa pode levar três jogadores de qualquer idade. Os restantes têm de ter data de nascimento posterior a 1 de janeiro de 1993. Isto quer dizer que alguns dos jogadores portugueses presentes neste Europeu de sub-21 estão acima do limite de idade e só poderão participar nos Jogos Olímpicos se integrarem as tais três vagas extra. São os casos de Daniel Fernandes, Paulo Oliveira, William Carvalho e Sérgio Oliveira
.

William Carvalho


7- Quantas vezes participou Portugal no torneio Olímpico de futebol?

Ora aí está uma pergunta para resposta desenvolvida. Até agora, três, esta será a quarta. Na estreia por convite, em 1928, nos Jogos de Amesterdão, o futebol português era formalmente amador, pelo que não havia diferença entre seleção A e equipa olímpica. Nesse torneio, Portugal, comandado pelo histórico Cândido de Oliveira, fez três jogos e caiu nos quartos de final. Ganhou ao Chile (4-2, depois de estar a perder 0-2 aos 15 minutos) e à Jugoslávia (2-1). Depois perdeu com o adversário menos cotado, o Egito (1-2). Pepe, que bisou com o Chile, e Vítor Silva, que marcou nos três jogos, foram as figuras de uma equipa que tinha Jorge Vieira como capitão.


A seleção portuguesa nos Jogos de 1928


Ao todo, Cândido de Oliveira utilizou 12 jogadores nessa campanha: o guarda-redes Roquete
(Casa Pia); os defesas Jorge Vieira
(Sporting) e Carlos Alves
(Carcavelinhos); os médios Raul Tamanqueiro
(Benfica) , César de Matos e Augusto Silva
(Belenenses) ;
os avançados Pepe
(Belenenses) , Valdemar
(FC Porto) , João dos Santos e Armando Martins
(V. Setúbal) , José Manuel Martins
(Sporting) e Vítor Silva
(Benfica) .
Outros seis convocados não jogaram qualquer minuto: Alfredo Ramos
(Belenenses) , Aníbal José
(Benfica) , Cipriano Santos
(Sporting) , Jorge Tavares
(Benfica) , Liberto dos Santos
(Unidos) e Óscar de Carvalho
(Boavista) .


Foi preciso esperar 68 anos para Portugal estar de novo na competição. Desta vez, o acesso aos Jogos de Atlanta, em 1996, foi conseguido à custa de um longo percurso de qualificação, que deixou para trás Inglaterra, Irlanda, Áustria e Letónia e culminou com uma vitória sobre a Itália (1-0) no estádio da Luz. No torneio final, a equipa comandada por Nelo Vingada conseguiu chegar ás meias-finais, depois de vencer a Tunísia (2-0) e de empatar com Argentina
e Estados Unidos (ambos por 1-1). Nos quartos de final caiu a França (2-1 no prolongamento). O pior veio depois, na luta pelo pódio: derrotas claras com Argentina (0-2) e Brasil (0-5) relegaram Portugal para a quarta posição.



Nessa segunda campanha olímpica portuguesa, Nelo Vingada utilizou os seguintes jogadores:
Guarda-redes: Costinha
(Sporting) e Nuno Espírito Santo
(V. Guimarães) ;

Defesas: Rui Bento e Litos
(Boavista) , Kenedy e Nuno Afonso
(Benfica) , Beto
(Sporting) , Andrade
(E. Amadora) e Rui Jorge
(FC Porto) ;

Médios: Peixe
(Sevilha), Afonso Martins, Dominguez e Vidigal
(Sporting), Calado
(Benfica);
Avançados: Porfírio, Paulo Alves e Dani
(Sporting), Capucho
(V. Guimarães) e Nuno Gomes
(Boavista) .


A última participação portuguesa no torneio Olímpico de futebol data de 2004. Foi a menos memorável, apesar da passagem de um jovem Cristiano Ronaldo pelos Jogos Olímpicos de Atenas. Acumulando a participação olímpica com a presença no Euro-2004, para fúria dos responsáveis do Manchester United, Ronaldo não conseguiu inspirar a seleção portuguesa, que ficou pelo caminho num grupo teoricamente acessível. Depois de uma derrota a abrir, com o Iraque (2-4), a seleção portuguesa reentrou na discussão com uma vitória sobre Marrocos (2-1). No entanto, nova derrotq com a Costa Rica (2-4) acabou por deitar tudo a perder. Única curiosidade para a história: o golo que Cristiano Ronaldo marcou a Marrocos permitiu-lhe fazer o gosto ao pé em todas as grandes competições internacionais, de clubes e de seleções.


Danny em ação no Portugal-Marrocos de 2004


Para essa terceira campanha olímpica portuguesa, José Romão escolheu os seguintes jogadores:
Guarda-redes:
Moreira (Benfica)
e Bruno Vale (FC Porto)
;
Defesas:
Bruno Alves, Ricardo Costa e Bosingwa (FC Porto)
, Mário Sérgio (Sporting)
, João Paulo (U. Leiria)
, Fernando Meira (Estugarda)
, Frechaut (Boavista)
Médios:
Raul Meireles (FC Porto),
Hugo Viana e Carlos Martins (Sporting)
e Jorge Ribeiro (Gil Vicente)
;
Avançados:
Cristiano Ronaldo (Man. United)
, Boa Morte (Fulham)
, Lourenço (Belenenses)
, Hugo Almeida (FC Porto) e
Danny (Sporting).

Assim, à partida para a quarta presença em Jogos Olímpicos, o saldo da participação portuguesa é o seguinte:

12 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 5 derrotas (19-24 em golos)
Melhor posição: 4º lugar (JO 1996).

Seleção

Mais Seleção

Mais Lidas

Patrocinados