Os Jogos de Inverno de Pequim arrancaram com neve artificial. Mas agora começou a nevar, e demasiado - o que já obrigou ao adiamento de algumas provas e cancelamento de treinos
No princípio, o problema era neve a menos - sem queda de neve em Pequim e nas cidades circundantes onde estão a decorrer as Olimpíadas de Inverno, a organização teve de recorrer a neve artificial para poder fazer provas como as várias modalidades de esqui. Mas, desde este fim de semana, o problema passou a ser outro. Neve verdadeira, acompanhada de ventos fortes, obrigaram a organização a adiar ou cancelar pelo menos duas provas no domingo. A acumulação de neve nalgumas pistas e a dificuldade de acesso aos locais da competição trocaram as voltas a atletas, organizadores e público.
A neve nunca está garantida no inverno de Pequim, e 2022 está a relevar-se um ano bastante fraco em relação a este fenómeno meteorológico. Mas este fim de semana tudo mudou: ontem, começou a cair neve persistente em Zhangjiakou, uma cidade a noroeste de Pequim onde estão a decorrer provas de esqui e snowboard. E também começou a nevar na capital e em Yanqing, onde decorrem provas de esqui alpino. No domingo, a competição de esqui alpino decorreu com baixas condições de visibilidade. Mas a prova feminina de slopestyle teve de ser adiada para esta segunda-feira, enquanto trabalhadores tentavam evitar a acumulação de neve nos obstáculos e nas zonas de salto com recurso a pás, vassouras e sopradores. Um treino de esqui alpino feminino foi igualmente cancelado.
Sendo Pequim uma cidade onde a neve nunca está garantida, as autoridades chinesas tiveram de apostar na maior operação de sempre de produção de neve artificial, que incluiu, entre outros investimentos, a inundação de um leito de rio que está seco há anos, e o desvio de água de reservatórios que abastecem a cidade.
