Presidente dos EUA pede reformas para combater discriminação racial da polícia

Agência Lusa , DCT
17 jun 2023, 08:27
Joe Biden (Susan Walsh/ AP)

O chefe de Estado norte-americano afirmou que fará tudo, ao seu alcance, para lutar pela responsabilização da polícia no Congresso, lembrando que está "disposto a trabalhar tanto com republicanos como com democratas em soluções genuínas".

O Presidente dos Estados Unidos manifestou preocupação com as conclusões do inquérito à morte de George Floyd, em Minneapolis, em 2020, e instou o Congresso a aprovar reformas para combater a discriminação racial.

"A minha equipa informou-me das conclusões independentes do Departamento de Justiça sobre as práticas inconstitucionais do Departamento de Polícia de Minneapolis. São perturbadoras e sublinham a necessidade urgente de o Congresso aprovar reformas que aumentem a confiança do público, combatam a discriminação racial e, assim, reforcem a segurança pública", afirmou Joseph Biden, numa declaração oficial da Casa Branca, divulgada na sexta-feira.

O Presidente sublinhou a necessidade de implementar e manter "medidas independentes e agressivas" para "garantir a responsabilização pela má conduta sistémica" nos departamentos de polícia a nível local.

"Tenho uma mensagem simples para o Congresso: enviem o George Floyd Police Justice Act para a minha secretária e eu assiná-lo-ei", disse Biden, na mesma nota.

O chefe de Estado norte-americano afirmou que fará tudo, ao seu alcance, para lutar pela responsabilização da polícia no Congresso, lembrando que está "disposto a trabalhar tanto com republicanos como com democratas em soluções genuínas".

Por fim, Biden apelou à confiança, à segurança e à responsabilização em nome da "grande maioria dos americanos" e observou que garantir a segurança pública também exige que "as forças da ordem disponham do financiamento, dos recursos, da formação e do pessoal necessários para fazer um trabalho seguro, eficaz e responsável".

Em 25 de maio de 2020, o polícia branco Derek Chauvin sufocou George Floyd, um afro-americano de cerca de 40 anos, ao ajoelhar-se sobre o pescoço durante mais de nove minutos. A agonia de Floyd, filmada por um civil e publicada ‘online’, gerou grandes protestos nos Estados Unidos e em outros países.

Durante dois anos, a investigação do Departamento de Justiça debruçou-se sobre relatos de incidentes entre 2016 e agosto de 2022, bem como na análise de imagens de câmaras policiais, que resultaram nas conclusões vertidas num relatório de 89 páginas.

No documento, é ainda referido que a polícia de Minneapolis continuou a utilizar força excessiva e a envolver-se em discriminação racial após o assassínio de George Floyd por um dos agentes.

As forças de segurança nesta cidade do norte dos EUA "utilizam frequentemente força excessiva", incluindo força letal, e "discriminação ilegal contra negros e afro-americanos", acrescentou o relatório, divulgado na sexta-feira.

"Para benefício da polícia e das autoridades municipais, foram introduzidas mudanças significativas" desde a tragédia, mas "ainda há trabalho a ser feito", destacou o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, que apresentou 28 recomendações.

E.U.A.

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