"Ainda vamos ter de viver" com o aeroporto da Portela "pelo menos mais 12 anos". Galamba admite que existem "mais do que três interessados" na TAP

20 jun 2023, 10:08

Ministro das Infraestruturas descarta a possibilidade de ter um aeroporto em Santarém: “Acho longe”

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, admite que “ainda vamos ter de viver” com o aeroporto da Portela por “pelo menos mais 12 anos”. Com a “Mobilidade Sustentável” como tema, na quarta edição da CNN Portugal Summit, o governante acredita que a decisão sobre a localização do novo aeroporto será tomada “no primeiro semestre” de 2024.

“Ainda vamos viver com a Portela por muitos anos. Teremos pelo menos mais 12 anos de aeroporto na Portela”, afirmou, descartando a possibilidade de ter um aeroporto em Santarém. “Acho longe”, sublinha.

O ministro voltou também a reforçar que o seu ministério não está interessado em propostas para a privatização da TAP que impliquem a perda do Hub de Lisboa. Se a proposta da Ibéria para a TAP implicar a perda do Hub de Lisboa, o governo “não vende”. “O Hub de Lisboa é algo que queremos manter”, garante.

Ainda sobre a privatização da companhia aérea nacional, o ministro admite que existem "mais do que três interessados", inclusive fora do setor da aeronáutica. "Há interessados fora do setor da aeronáutica. Entre o setor da aeronáutica e da energia", anunciou.

Numa conversa que tinha como tema a estratégia política para a mobilidade, João Galamba explicou também a "insistência" do executivo socialista em escolher a bitola ibérica para Portugal, numa altura em que a própria Espanha começa a criar várias ligações com a bitola europeia. 

O ministro apontou o dedo aos vários executivos anteriores, de vários partidos, que "deixaram degradar a ferrovia existente", e, por isso, insiste na necessidade de olhar para o sistema existente e não o "de um mundo ideal" onde fosse possível desenhar de raiz o sistema.

"Estamos a fazer a transformação do sistema existente. E à pergunta qual a melhor solução para o sistema existente e que permita ao sistema funcionar como um sistema ferroviário e não como ilhas isoladas: é manter o investimento na bitola ibérica", reforça o governante.

Galamba explica que essa escolha é preferível a ter "elefantes brancos" que poderiam tornar o país "numa ilha ferroviária", argumentando que quase todas as linhas de mercadorias espanholas são em bitola ibérica.  

"Houve um problema inicial de não haver projetos. Secalhar houve um excesso de otimismo. A situação herdada na ferrovia era, de facto, muito má. Não havia nada. O país tinha um défice crónico nesta área. As coisas para serem bem-feitas têm de ser feitas", frisa o ministro.

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