Israelita morre no Japão sob detenção e depois de ser negada assistência médica

Agência Lusa , AM
12 out 2022, 06:07
Bairro de Asakusa em Tóquio

Homem estava detido num centro de Yokohama por alegado contrabando de droga

Um israelita, residente no Japão e detido perto de Tóquio, morreu depois de as autoridades terem negado cuidados médicos, disse o advogado, embora o centro tenha sugerido poder tratar-se de um suicídio.

Amnon Hanoh Tenenboim, de 60 anos, estava detido, depois de ter sido acusado, em 2020, de contrabando de drogas, morreu na terça-feira num centro em Yokohama, a sul de Tóquio, indicou um porta-voz do centro de detenção.

O centro disse que Tenenboim foi encontrado numa cela de isolamento deitado na cama com um elástico esticado sobre a cabeça, sugerindo que pode ter sido suicídio.

O homem foi submetido a uma cirurgia cardíaca em Israel um mês antes de regressar ao Japão, em 2020, tendo sido detido por alegado contrabando de droga, afirmou o advogado, numa conferência de imprensa, na terça-feira.

O advogado indicou que todos pedidos de assistência médica, feitos desde 2021, foram negados.

Há um mês, Tenenboim pediu que a detenção fosse suspensa para poder receber tratamento médico profissional, mas o pedido foi novamente negado e também não foi autorizado a receber visitas de outras pessoas, além do advogado.

Recentemente, um tribunal japonês ordenou ao governo o pagamento de uma indemnização de 1,65 milhões de ienes (cerca de 12 mil euros) à família de um camaronês, que morreu em 2014 quando se encontrava num centro de detenção de imigrantes.

Há dois meses, outro tribunal de Tóquio ordenou ao Estado que indemnizasse um brasileiro que, em 2018, sofreu ferimentos quando estava detido num centro de detenção de imigrantes na capital nipónica.

Os casos de denúncias públicas de pessoas que sofreram ferimentos enquanto detidas neste tipo de centros aumentaram nos últimos anos.

Em março do ano passado, um cidadão do Sri Lanka, de 33 anos, morreu quando se encontrava detido num centro, depois de as autoridades terem negado assistência médica, apesar do indivíduo se ter queixado de dores durante mais de um mês.

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