Apesar do acordo, Netanyahu garante que a guerra vai continuar até que todos os objetivos israelitas tenham sido atingidos
Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, avançou esta terça-feira na CNN International Summit que foi alcançado um acordo para a libertação de "um grande grupo" de reféns do Hamas.
"É um feliz dia triste. Parece que vamos ter um acordo que traz de volta um grande grupo de reféns que foram capturados a 7 de outubro. Mas não os vamos ter todos de volta", revelou o antigo embaixador israelita no Reino Unido.
Apesar do avanço nas negociações diplomáticas, Regev admitiu que este é apenas o acordo possível e que, ainda assim, "haverá pessoas que serão deixadas para traz e continuarão reféns em Gaza".
Em declarações exclusivas à CNN Portugal, Regev reflete ainda sobre o cessar-fogo declarado pelo primeiro-ministro Netanyahu esta noite. "Uma das preocupações que estão a desafiar o primeiro-ministro, mas a opinião é que é um bom acordo. Dissemos sempre que iremos aceitar um cessar-fogo temporário para a libertação da nossa população e, de facto, se vamos libertar reféns é precisamente por causa desse cessar-fogo".
"Temos atingido o Hamas intensamente e eles estão a sentir essa dor. Por causa deste tempo difícil isso exige que aceitem este cessar-fogo e isso facilitou a libertação dos reféns". "O Hamas não está a libertar reféns porque de repente se tornaram bonzinhos, longe disso, são um grupo terrorista brutal, mas por necessitarem de uma pausa", afirma.
Regev adianta que "este é o primeiro de vários grupos de reféns que Israel pretende libertar. Esperamos chegar a todos os reféns".
Todos os objetivos serão atingidos
Recorde-se que no início da reunião do Conselho de Ministros israelita, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu explicou aos restantes governantes que o acordo a ser negociado prevê a libertação de reféns do Hamas por fases.
Cerca de 50 reféns, entre os quais crianças, mães e mulheres, vão ser libertados em troca de um cessar-fogo de cinco dias. Estes reféns vão ser libertados em grupos de dez, a cada dia. Israel compromete-se a libertar 150 a 300 prisioneiros palestinianos.
"Estamos em guerra e a guerra vai continuar até que todos os objetivos sejam atingidos", disse Netanyahu.
Citado pela Reuters, o líder israelita afirmou ainda que o acesso da Cruz Vermelha aos reféns que vão permanecer em cativeiro é uma das condições impostas.
Netanyahu assegurou que a guerra contra o Hamas não vai parar após um cessar-fogo e considera que a intervenção de Joe Biden no processo permitiu "melhorar" o acordo, ao incluir a libertação de mais reféns.
O ministro Benny Gantz também falou antes da reunião. "Os contornos do acordo são difíceis e dolorosos do ponto de vista humano, mas é o acordo certo", disse Gantz, citado pelo jornal israelita Haaretz.
