Avançado do Nápoles fala da infância, da Serie A e da lesão na cara: «agradeço a Deus por ainda estar vivo»
Em três temporadas, Victor Osimhen transformou-se numa referência do Nápoles. Um percurso culminado com a conquista do título italiano na época passada, para o qual contribuiu com 26 golos, o que lhe valeu o troféu de melhor marcador.
Scudetto, capocannoniere… e uma satisfação muito pessoal, em especial por ter respondido a quem duvidou que conseguisse brilhar na Serie A, como confessou em entrevista ao canal digital Korty EO, na Nigéria.
«Houve gente que disse que eu não marcaria nem quatro golos na Serie A, porque é um campeonato muito físico. É claro que é físico, mas já viram como trabalho? Quando me dizem que não consigo fazer alguma coisa, mesmo que não saiba fazer, quero aprender e ser capaz», afirmou. No tom descontraído da conversa, ainda acrescentou: «aqueles que disseram essas coisas agora devem esconder a cara».
Ao todo, Osimhen marcou 64 golos em 104 jogos ao serviço do Nápoles. É um dos jogadores mais apreciados pelos adeptos. Mas sabe que está longe do grande herói futebolístico da cidade.
«Maradona foi o maior de todos os tempos, ninguém mais poderá fazer o que ele fez em Nápoles, não é sequer comparável», afirmou.
Apesar do sucesso, nem tudo tem sido fácil para o avançado. Teve um desentendimento com o clube, no início da temporada. E ainda joga com uma máscara protetora no rosto, depois da lesão resultante de um choque com Skriniar, na altura jogador do Inter de Milão. Chegou a temer consequências mais graves.
«A bola vinha no ar, eu queria cabecear, o Skriniar deu-me uma cabeçada na cara e tive de ser operado. Foi quase um ferimento fatal, agradeço a Deus por ainda estar vivo», recordou.
Quando está em Lagos, capital da Nigéria, lembra-se também dos tempos difíceis da infância, quando «tinha de vender jornais e garrafas de água na rua» e «só podia sonhar» com a vida que tem agora.
Uma realidade que começou a desenhar-se quando foi campeão do mundo de sub-17, com a Nigéria, melhor marcador e segundo melhor jogador do torneio. «Era natural que surgissem convites de bons clubes», lembrou Osimhen. Aos 24 anos, ainda tem muito caminho para percorrer.