Jogador considera-se «vítima do aconteceu no Charlie Hebdo»

21 mai 2015, 19:07
Edição Especial do Charlie Hebdo Portugal (Lusa EPA)

Salim Baghdad, do Nancy, conta que sofreu discriminação por ser islâmico

Jogador do AS Nancy Lorraine, clube francês da segunda liga, Salim Baghdad alega ter sofrido ameaças e ataques à sua integridade física na sequência dos atentados no jornal Charlie Hebdo, no passado mês janeiro. Numa entrevista à France Football, o jogador de origem islâmica admitiu ter sofrido de preconceito após a tragédia que se abateu em França.

«Fui um dano colateral do que se passou no Charlie Hebdo», declarou o jogador. O primeiro ataque surgiu uns dias após o atentado, quando um individuo o atacou num dos treinos da equipa. «Ele cuspiu-me em cima de repente. E começou a insultar-me», contou o jogador de 22 anos.

Tornou-se de tal modo problemático que as ameaças chegaram até sua casa: «A minha esposa disse-me que as pessoas passaram a tarde toda a bater à porta. Deixaram um saco na entrada onde eu encontrei folhetos que diziam «Salim Bahdad, nascido a 11 de setembro, estudou na mesma escola que Mohamed Merah.»

Baghdad afirma de igual modo que a situação do clube também se alterou, nomeadamente com Pablo Correa, treinador do clube. «O treinador deixou de falar comigo», começou. «Eles iniciaram o estágio em Nimes e levaram o grupo todo, menos eu e outro jogador».

Paul Fischer, diretor desportivo do clube, contesta a versão dos acontecimentos: «Essa história provavelmente não o ajudou. Mas nós não o levamos porque estávamos a falar de um jogador que não estava ao nível que desejávamos. Não estava preparado para jogar como queríamos.»

Salim Baghdad vai abandonar a equipa francesa este ano. O médio tinha contrato até ao ano de 2017 mas não vai continuar no clube

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