Mundial de râguebi: África do Sul revalida o título numa final dramática

28 out 2023, 22:47
África do Sul raguebu (foto: AP Photo/Lewis Joly)

‘Springboks’ batem ‘All Blacks’ por 12-11 e conquistam o seu quarto troféu

«Talvez o resto do mundo não perceba o que isto significa para a África do Sul. O nosso país passa por tantas dificuldades, crianças que sofrem e lutam para manter um pouco de esperança. Isto é mais do que um jogo. Nós mostrámos que, se trabalharmos juntos, tudo é possível, no campo, no escritório ou na vida». Foram estas as palavras de Siya Kolisi, o capitão da seleção da África do Sul, instantes depois de vencer a final do Mundial de râguebi.

Talvez isso tenha, mais uma vez, inspirado os ‘Springboks’ para novo momento histórico, já que encontraram forças para derrotar os potentes ‘All Blacks’.

África do Sul e Nova Zelândia prometiam uma grande final neste campeonato do mundo de râguebi. Os dois países têm dominado a modalidade, dividindo entre si os últimos quatro títulos mundiais – dois para cada.

Paris assistiu à reedição da célebre final de Joanesburgo, em 1995, a única disputada entre as duas nações.

O jogo foi duríssimo, num relvado molhado, com a bola escorregadia. Os ‘Springboks’ perderam o importante Mbongani por lesão. Mas foi pior para os ‘All Blacks’ que ficaram a jogar com 14 muito cedo, dado o cartão amarelo a Shannon Frizell.

Handre Pollard converteu o castigo e fez os primeiros três pontos do jogo. De resto, ele apontou todos os 12 pontos dos sul-africanos nesta final. Dobrou a vantagem aos 12 minutos; Richie Mo'unga reduziu, da mesma forma, para 3-6, cinco minutos mais tarde; mas Pollard voltou a ser eficaz aos 20, para 9-3.

Mais problemas para a Nova Zelândia perto da meia-hora, com um cartão vermelho para Sam Cane. Os ‘All Blacks’ ficaram a jogar com menos um em permanência e viram Pollard colocar o resultado em 12-3.

Mesmo assim, a Nova Zelândia conseguiu reduzir com nova penalidade, convertida novamente por Richie Mo'unga. 12-6 ao intervalo.

A segunda parte foi diferente, com os neo-zelandeses a darem tudo, mesmo em inferioridade numérica, e a conseguirem pressionar seriamente o adversário. Siya Kolisi, o capitão da África do Sul, também viu o cartão amarelo. Igualdade numérica.

Os ‘Springboks’ nunca tinham sofrido um ensaio em finais de mundiais, mas a Nova Zelândia quis mudar a história e contrariar as probabilidades. Teve um ensaio anulado a Aaron Smith aos 54 minutos.

Logo a seguir, no entanto, já com Kolisi de volta ao campo, marcou mesmo. 12-11 e possibilidade de passar para a frente na conversão, mas falhou!

E o momento decisivo foi outro pontapé ao lado dos postes, uma penalidade falhada por Jordie Barrett, quando Cheslin Kolbe viu o terceiro cartão amarelo para os sul-africanos e saiu em lágrimas, pensando que a final estaria perdida. Não aconteceu.

Num final dramático, a Nova Zelândia não foi capaz de voltar a pontuar e a África do Sul reteve o título.

«Os adversários levaram-nos ao limite, lutaram bravamente, mesmo com um a menos», disse Siya Kolisi, cumprimentando os ‘All Blacks’. «Mérito para a minha equipa que mostrou que, de alguma forma, encontrou um caminho», acrescentou. Agradecendo o apoio do povo sul-africano, concluiu: «é um orgulho fazer parte disto».

África do Sul, orgulhosamente bicampeã do mundo. Ou, por outra, o primeiro país a ganhar quatro títulos mundiais.

 

 

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