João Félix: «Golo ao Sporting foi um dos dias mais importantes da minha vida»

9 fev 2022, 12:44
Benfica-Sporting

Internacional português recorda momentos mais marcantes da curta carreira em entrevista ao The Athletic

João Félix, a convite do site The Athletic, promovido pela EA Sports, percorreu a sua curta carreira, passo a passo, golo a golo, desde os primeiros passos no Benfica, ainda na Youth League, passando pelo primeiro penálti, o primeiro hat-trick, até à mediática transferência para o Atlético Madrid. Entre os vários momentos marcantes, o internacional português destaca o primeiro golo como sénior, de cabeça, num dérbi frente ao Sporting com o Estádio da Luz «cheio, cheio, cheio».

O avançado do Atlético Madrid começa por recorrer a duas palavras para definir o seu modo de estar no futebol: divertimento e responsabilidade. «Sempre procurei divertir-me o máximo que podia, obviamente com responsabilidade. Gosto que as pessoas apreciem o meu futebol. Os jogos grandes são os mais divertidos de jogar, é onde mostro mais as minhas capacidades», começa por enunciar na abertura da longa entrevista.

O internacional português percorre depois toda a carreira numa sequência de vídeos que lhe foram sendo exibidos pelo The Athletic, começando em abril de 2017, quando João Félix jogava ainda nos juniores do Benfica e marcou dois golos no triunfo sobre o Real Madrid na Youth League (4-2). «Lembro-me deste. Foi um grande dia. Aos 18 minutos já estávamos a ganhar por 3-0. Até estávamos surpreendidos com isso, 4-2 foi um grande resultado. Marquei dois golos, foi um dia inesquecível», recordou.

Neste jogo, João Félix não esquece o primeiro golo, marcado logo aos 4 minutos. «O primeiro golo foi de calcanhar, mas se já houvesse VAR eu estava fora de jogo… mas não me importa. Foi um bom golo», acrescentou.

«Marcar o meu primeiro golo num dérbi foi inacreditável»

A cronologia avança depois dezasseis meses quando João Félix fez o segundo jogo pela equipa principal do Benfica e, com apenas 18 anos, marcou o seu primeiro golo como sénior e logo frente ao rival Sporting. Cruzamento de Rafa da direita e cabeçada de Félix para o golo do empate. «Penso que saltei bem, sempre treinei para marcar de cabeça com o meu pai. Ele sempre me disse que os meus melhores golos foram de cabeça. Ensinou-me muito, foi sempre o meu apoio, o meu treinador pessoal. Mesmo agora continua a ser importante», comentou.

Um golo que marcou definitivamente a carreira de João Félix. «Foi o meu primeiro golo e marcá-lo num dérbi como esse foi inacreditável. O estádio estava cheio, cheio, cheio. Foi um dos dias mais importantes da minha vida. Ainda agora, quando vou a Lisboa, quando vou ao estádio, os adeptos gostam de me ver e mostram-me carinho. Adoro isso», acrescentou.

Primeiro hat-trick em Frankfurt: «Não consegui dormir»

A entrevista segue de forma cronológica e avança mais oito meses, até abril de 2019, até ao hat-trick de João Félix que permitiu ao Benfica bater os alemães do Eintracht Frankfurt, em jogo dos quartos de final da Liga Europa. O primeiro golo europeu de Félix, ainda com 18 anos, foi um penálti. «Fui eu que marquei este porque o Pizzi não estava em campo – ele é que costumava marcar. Quando o penálti foi assinalado, corri para a bola, agarrei-a e ninguém a tirou-me. Decidi que ia marcar. Desde muito jovem que gostava de marcar penáltis. É uma grande responsabilidade, mas gosto de ter responsabilidade», recordou.

Nesse jogo, o Eintracht ainda empatou, com um golo de Luka Jovic, mas João Félix marcou mais dois golos, naquele que foi o seu primeiro hat-trick. «Recordo-me de todos os golos e dessa noite, das horas que se seguiram ao jogo, lembro-me de tudo. Fiquei muito exitado, não consegui dormir, não parava de rever os golos na minha cabeça, o primeiro, o segundo, o terceiro», conta.

No verão seguinte, João Félix trocou o Benfica pelo Atlético Madrid numa mediática transferência de 120 milhões de euros. O vídeo que se segue é sobre a estreia, na liga espanhola de 2019/20, frente ao Getafe, em que o internacional português ultrapassa vários adversários em drible e é derrubado na área. Na marcação do penálti, Alvaro Morata desperdiçou. «Devia ter agarrado a bola e marcado o penálti. Essa jogada foi um grande arranque para a minha carreira no Atlético. Queria mostrar aos adeptos do Atlético do que era capaz», recorda.

«O Gonçalo Ramos é muito bom»

João Félix recorda depois outros golos que marcou pelo Atlético Madrid e fala das suas principais referências no futebol. «Gostava de ver o Kaká, o Cristiano, o Messi, por tudo o que faziam. O Neymar também, a forma como ele planeia a jogada, a forma como dribla, a forma como se diverte com o futebol. Sempre foi um jogador que gostei de ver. Via jogos só por causa dele», refere ainda.

Quanto a jogadores com futuro pela frente, João Félix destaca dois: o brasileiro Matheus Cunha, companheiro de equipa, no Atlético Madrid, e Gonçalo Ramos, avançado do Benfica. «O Gonçalo é muito bom. Quando tiver mais minutos e começar a jogar de forma consistente, vão ver quão bom ele é. Ele só precisa de jogar o seu futebol, aprender, ouvir, para poder melhorar. Precisa de manter os pés bem assentes no chão, continuar a trabalhar e a fazer o seu trabalho», elogiou.

O internacional português falou ainda da relação com o treinador Diego Simeone e sobre o que aprendeu com o técnico argentino. «Aqui [no Atlético], aprendi coisas que são difíceis de aprender noutras equipas. A forma como defendemos, aprendemos muito. Acho que evoluí muito nesse sentido. Também a virar-me com a bola, a correr com a bola. Isso foi o mais importante», destacou.

A fechar, João Félix falou dos objetivos que, aos 22 anos, guarda para o futuro. «Quero ganhar a Liga dos Campeões, ganhar um Campeonato do Mundo ou um Europeu com Portugal e, claro, ganhar a Bola de Ouro. Para chegar lá, tenho de melhorar, trabalhar bem, tomar conta de mim, do meu corpo, da minha cabeça, e esta totalmente focado», referiu ainda.

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