Qarabag é o crónico campeão do Azerbaijão e tem talento ‘português’
A primeira coisa em que se pensa quando se analisa o resultado do sorteio do Sporting de Braga é a distância. Ir ao Azerbaijão e voltar dá quase dez mil quilómetros.
A viagem implica despesa e transtorno de horários, é certo. Mas defrontar o Qarabag representa mais do que isso.
A história diz que o clube foi fundado em 1951, mas nunca chegou a competir no campeonato soviético. Adotou a atual designação em 1987 e foi um dos fundadores da liga do Azerbaijão, após a independência.
Desde 1993 que realiza os seus jogos na capital do país, Baku, por causa do conflito no Nagorno-Kharabakh.
O clube foi crescendo e em 2014 conquistou o seu primeiro título de campeão. Desde então, tem estado imparável, ou quase: venceu nove dos últimos dez campeonatos do país.
Tudo mudou em 2008, quando Gurban Gurbanov foi contratado para treinador.
Antiga estrela do futebol local, adaptou o ‘tiki-taka’ à realidade azeri. Posse de bola, muita circulação, movimentos constantes e qualidade, dentro do possível.
Gurbanov contrariou a tendência do país de rejeitar jogadores estrangeiros e tem procurado talentos no Brasil, em França, em África. E em Portugal.
O ponta-de-lança Juninho Vieira, contratado ao Chaves, é uma das referências da equipa. Leva 15 golos em 27 jogos.
Os internacionais cabo-verdianos Leandro Andrade e Patrick Andrade conhecem o futebol português. Leandro, nascido em Tavira e formado no Sporting, é o motor ofensivo da equipa, secundado pelo franco-argelino Yassine Benzia.
Guramov privilegia o 4-2-3-1, com bloco compacto. Na fase de grupos só não resultou contra o Leverkusen, que venceu todos os jogos do grupo.
A equipa azeri somou dez pontos, ficando em segundo lugar no grupo H, à frente do Molde, da Noruega, e do Hacken, da Suécia.