AMA reforça posição e pede quatro anos de castigo para patinadora de 16 anos

21 fev 2023, 17:33
Kamila Valieva

Agência Mundial Antidopagem considera que a conclusão da agência russa de ausência de «culpa ou negligência» de Kamila Valieva é errada nos termos do Código Mundial Antidopagem

A Agência Mundial Antidopagem (AMA) reforçou esta terça-feira a sua posição no caso da patinadora russa Kamila Valieva, apelando ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ao pedir quatro anos de suspensão para a jovem de 16 anos, por um teste positivo não sancionado na Rússia.

«Após a sua declaração de 13 de janeiro, a Agência Mundial Antidopagem reviu cuidadosamente a decisão fundamentada completa, relacionada com o caso da patinadora do Comité Olímpico Russo, Kamila Valieva. A AMA considera que a conclusão do tribunal disciplinar da Agência Antidopagem russa, de que a atleta não teve “culpa ou negligência”, é errada nos termos do Código Mundial Antidopagem neste caso e exerceu o direito de recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto», refere a AMA, em comunicado, esta terça-feira.

A AMA decidiu apelar para o tribunal, sediado em Lausana, na Suíça, para que a patinadora possa ser sancionada, num protesto que visa a decisão dos tribunais russos, que não sancionaram a atleta, a primeira mulher a conseguir um salto quádruplo em competições olímpicas, entre numerosos feitos mundiais.

Segundo o apelo, o pedido de quatro anos de suspensão vigoraria a partir de 25 de dezembro de 2021, com os resultados a partir desta data (a da colheita da amostra que mais tarde deu positivo) a serem cancelados, incluindo os dos Jogos Olímpicos de inverno Pequim2022.

A 13 de janeiro, a AMA informou, em comunicado, ter recebido da Agência Antidoping russa a confirmação da ausência de castigo a Kamila Valieva, numa decisão oriunda do tribunal disciplinar russo. Com base nisso, a AMA «solicitou uma cópia da decisão fundamentada completa», para avaliação e possível apelo ao TAS, agora confirmado.

Trata-se, formalmente, de um reforço da posição já anunciada pela AMA em novembro último, altura em que já tinha pedido quatro anos de castigo para Valieva.

A campeã da Europa de 2022 testou positivo à trimetazidina, utilizada no tratamento de angina peitoral e banida desde 2014, encontrada em quantidades mínimas no corpo. A defesa de Valieva alegou uma possível contaminação «pelos talheres partilhados» entre a atleta e o avô, que é tratado com este medicamento.

A Rússia não sancionou Valieva pelo teste positivo em 2021, então nos Nacionais russos, apenas desqualificando os resultados obtidos no dia em que a amostra foi recolhida. Apesar de considerar que não devia ser sancionada, o tribunal russo admitiu uma violação do código antidopagem por parte de Valieva, campeã olímpica na competição por equipas nos Jogos de Pequim e quarta classificada na competição individual.

Relacionados

Patrocinados