Chefe da Premier League admite perdas até mil milhões de euros

7 abr 2020, 21:05
Manchester City vence Premier League

Richard Masters escreveu carta ao DCMS da Câmara dos Comuns, referido que os «clubes vão tomar decisões» sobre recurso à licença do Governo «com base nas suas previsões»

O chefe executivo da Premier League, Richard Masters, admitiu esta terça-feira que as perdas dos clubes do principal campeonato de Inglaterra podem ascender a mil milhões de euros devido à pandemia da covid-19.

Numa carta enviada ao presidente do Comité Digital, de Cultura, Media e Desporto (DCMS) da Câmara dos Comuns britânica, Julian Knight, Masters fala em perdas num «nível sem precedentes» e que podem ser ainda mais elevadas mediante a propagação do novo coronavírus no Reino Unido.

«Enfrentamos uma perda de um bilião de euros, pelo menos, se não conseguirmos completar a temporada 2019/2020. E mais perdas daqui em diante, se a seriedade da pandemia aprofundar e estender para o futuro», escreveu Masters, adiantando que se deve «basear os planos de completa recuperação com alguma distância».

O dirigente da Premier League notou também que «cada clube terá a sua própria posição» quanto ao esquema de licenças para trabalhadores, lançado pelo Governo britânico – o designado furloughing na lei trabalhista – que permite às empresas recorrer a fundos do erário público de forma temporária para evitar falências e despedimentos.

«O esquema de licença anunciado pelo Governo é destinado a toda a economia, incluindo muitas empresas que podem ser consideradas de entretenimento ou dependentes do talento de elite. Concordamos convosco que a restrição precisa de ser demonstrada por todos e os clubes estão a fazer exatamente isso. Os clubes vão precisar de tomar as suas próprias decisões baseados nas suas previsões», sublinhou Masters.

Do principal campeonato de Inglaterra, já quatro clubes fizeram inscrição para o esquema de licenças do Governo: o Tottenham, o Bournemouth, o Newcastle e o Norwich.

O furloughing, que pode ser comparado ao lay-off atualmente utilizado em Portugal, dita que o Governo britânico pague 80 por cento dos salários, até um máximo de 2 500 libras por mês. O esquema esta, para já, definido pelo menos por três meses e poderá, no futuro, ser prolongado. Contudo, uma importante diferença para o lay-off português é que esta licença garante, posteriormente, a manutenção dos postos de trabalho.

Na segunda-feira, por exemplo, o Liverpool recuou na decisão de recorrer ao furloughing, após várias críticas recebidas, em alusão a um alegado aproveitamento de dinheiro do erário público por parte do clube de Anfield.

Relacionados

Patrocinados