Suárez estratosférico e outras figuras do fim de semana

25 abr 2016, 12:08
Barcelona-Gijon (Reuters)

A goleada do Leicester, a final do Manchester United, mais um título para o PSG e o primeiro jogo de sempre da Serie A sem italianos

-Luis Suárez

Que semana! Depois de ter feito quatro golos na goleada de 80 ao Deportivo da Corunha, repetiu a façanha noutra goleada do Barcelona, que pontapeou a crise com estrondo. Mais quatro de Suárez, desta feita ao Sp. Gijón, num triunfo por 6-0.

O Barcelona segue na frente da Liga, com a vantagem magra que já tinha antes, e agora Suárez tem objetivo que chegou a parecer longe de mais: a Bota de Ouro. Nesta altura, é o mais forte candidato.

Chegou aos 34 golos na Liga, mais três do que Cristiano Ronaldo e do que Jonas, do Benfica, nessa disputa particular. Faltam, a todos, os mesmos três jogos.

Para Suárez esta é, de resto, a melhor época da carreira. Somando todas as competições, já soma 53 golos, quase o dobro do ano passado, quando se ficou pelos 28, no ano de estreia na Catalunha. A anterior melhor marca datava de 2009/10, ainda no Ajax, quando o uruguaio chegou aos 49 golos.

Os números de Suárez na Europa:

2006/07- Groningen, 37 jogos (15 golos)

2007/08- Ajax, 46 jogos (23 golos)

2008/09- Ajax, 43 jogos (29 golos)

2009/10- Ajax, 48 jogos (49 golos)

2010/11- Ajax, 24 jogos (12 golos) e Liverpool, 13 jogos (4 golos)

2011/12- Liverpool, 39 jogos (17 golos)

2012/13- Liverpool, 44 jogos (30 golos)

2013/14- Liverpool, 37 jogos (31 golos)

2014/15- Barcelona, 43 jogos (28 golos)

2015/16- Barcelona, 49 jogos (53 golos)*

*Ainda não terminou

-Gareth Bale e Angel Correa

Se a corrida ao título em Espanha ainda se mantém ao rubro pese as duas goleadas seguidas do Barcelona deve-se ao forcing de Real Madrid e Atlético, que fizeram a sua parte, embora com muito mais sofrimento à mistura.

Maior do Real. Na curta deslocação a Vallecas, a equipa de Zidane entrou completamente a dormir no embate e aos 15 minutos já perdia 2-0 com o Rayo Vallecano. Teve de reagir e conseguiu. Sem Ronaldo e com Luka Modric no banco, emergiu Gareth Bale. Primeiro a reduzir antes do intervalo, depois a completar a reviravolta que Vazquez, que entrara para o lugar de Benzema, já tinha ajudado a consumar.

O Real respirou fundo e ficou à espera da resposta dos outros candidatos. A do Barcelona foi a que se sabe, a do Atlético Madrid foi bem mais complicada. Valeu Ángel Correa (conhece a sua história de vida?), com um golo solitário a meia hora do fim valendo a vitória frente ao Málaga.

Barcelona e Atlético somam 82 pontos, o Real Madrid 81. Vai ser bonito de acompanhar o que falta jogar…

-Leonardo Ulloa

Não é por não haver Jamie Vardy que o Leicester deixa de marcar. E muito. Este domingo, na goleada de 4-0 ao Swansea que aproximou ainda mais o título inglês, brilhou o suplente Leonado Ulloa.

Já tinha marcado na semana passada, no empate com o West Ham, e agora bisou. Feitas as contas, fez tantos golos nos últimos dois jogos como em toda a restante temporada. Naturalmente, passou-a na sombra do fenómeno Vardy, mas até isso prova como este Leicester tem algo de especial a envolvê-lo: na hora decisiva, até os suplentes brilham.

Mesmo que o Tottenham faça a sua parte e, esta segunda-feira, vença o West Bromwich, o conto de fadas da equipa de Claudio Ranieri está a cinco pontos de ter um final feliz. O próximo rival é duro: Manchester United, fora. Depois há a receção ao Everton e a deslocação ao campo do, ainda, campeão em título, o Chelsea. Para a passagem do testemunho? O calendário não é fácil, mas esta equipa já provou que pode esperar-se tudo…

E ainda sobre o Leicester, mesmo que Ulloa tenha sido a figura deste jogo não há como não sublinhar que Mahrez, agora oficialmente eleito o melhor jogador da Premier League 2015/16, abriu o ativo e, assim, entre golos e assistências passou a estar envolvido diretamente em 28 dos golos da sua equipa no campeonato. É obra. 

-Anthony Martial

Um golo, uma assistência e o Manchester United na final da Taça de Inglaterra, onde não chegava desde 2007 e que não ganha desde 2004. Doze anos depois, a equipa de Louis Van Gaal tem hipótese de erguer novamente o troféu, criado em 1872.

O mérito é sempre do grupo, mas como não destacar o reforço contratado ao Mónaco no início da época por 50 milhões de euros?

Afinal, além de ter assistido Fellaini para o golo inaugural, foi dele, já em período de descontos, o tento da vitória, evitando o prolongamento, pois o Everton havia conseguido o empate.

-Angel Di María

E de um jogador do Manchester United que veio de França passamos para um ex-jogador do Manchester United que foi para França. Angel Di María foi o herói do Paris Saint-Germain na final da Taça da Liga.

O antigo jogador do Benfica marcou o golo da vitória frente ao Lille, dos portugueses Éder, titular, e Rony Lopes, suplente utilizado. Triunfo por 2-1, que não surpreende nada, dada a supremacia da equipa da capital no panorama futebolístico francês.

Aliás, o PSG não perde na Taça da Liga desde 2011, tendo ganho as últimas três edições. Há quatro anos não esteve na final, sendo afastado pelo Saint-Etienne, que ganharia o troféu, mas sem uma derrota em campo, sendo afastado nos penáltis.

Quanto ao jogo, Di María abriu o livro a um quarto de hora do fim, desfazendo a igualdade que se mantinha desde o início da segunda metade. Aproveitou um erro do defesa Soumaoro e, na sequência de um pontapé de baliza (!) marcou. E o PSG fez a festa. Um dia normal, portanto…

-Giovanni Pasquale

Não marcou, não assistiu, não foi expulso, jogou apenas 14 minutos e não fez nada de relevante. Por que está aqui então este defesa da Udinese, de 34 anos? Porque jogou. Apenas.

Expliquemo-nos, então. Ao entrar em campo ao minuto 76 do Inter de Milão-Udinese, para render o brasileiro Edenilson, Pasquale tornou-se o primeiro italiano a jogar nesse duelo. Nunca, até agora, um jogo da Serie A tinha principiado sem um único italiano em campo.

Equipas sem italianos já tinha acontecido várias vezes, mas as duas no mesmo jogo nunca. E a primeira substituição no encontro, ao minuto 64, ainda permitiu a entrada em campo ao croata Perisic, pelo que só quando Pasquale entrou se falou italiano em campo. Os outros dois suplentes utilizados pela Udinese foram estrangeiros, mas o Inter, depois de Perisic, apostou no italiano D’Ambrosio e no italo-brasileiro Eder. São os tempos modernos do futebol, em qualquer parte do globo…

Curiosamente houve um português em campo, nesta espécie de duelo «mundial»: Bruno Fernandes, da Udinese.

Eis as nacionalidades dos 22 futebolistas que iniciaram o jogo: 


. Brasil: 6 
. França: 3
. Colômbia: 2
. Portugal, Japão, Croácia, Montenegro, Argentina, Grécia, Mali, Suiça, Eslovénia, Sérvia e Grécia: 1

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