Apelos de jogadores e recompensas: autoridades procuram pai de Luis Díaz

30 out 2023, 15:37
Luis Díaz

Mais de uma centena de operacionais na zona da fronteira com a Venezuela tentam encontrar o pai do ex-FC Porto, que recebe mensagens do mundo do futebol

As autoridades colombianas continuam as buscas para encontrar o pai de Luis Díaz, sequestrado no último sábado em La Guajira.

Mais de 130 operacionais, entre polícia, exército, Força Aeroespacial e do Ministério Público, acompanhados por quatro meios aéreos, trabalham para resgatar o pai do internacional colombiano, numa altura em que se teme que tenha sido levado para a Venezuela pelos raptores.

O sequestro dos pais de Díaz, cuja mãe foi, entretanto, encontrada, aconteceu numa zona próxima da fronteira. A região é montanhosa e com difíceis acessos, o que levou as autoridades a estabelecer um perímetro para bloquear os atalhos que ligam a Colômbia à Venezuela.

Os habitantes da região confirmaram que existiram movimentos naquela zona. «As pessoas daqui, os indígenas Wayú, com o seu conhecimento, disseram que sentiram movimentos durante a noite porque os animais ficaram inquietos», disse uma fonte policial de Barrancas à revista Semana.

«Estamos com equipas no terreno em La Guajira. Esperamos que a Polícia Nacional com o Exército continue esta busca, mas infelizmente também existe a possibilidade desta pessoa sair ou ser levada para a Venezuela», afirmou o procurador-geral Francisco Barbosa.

A identidade dos quatro suspeitos ainda é desconhecida e as autoridades não sabem se pertencem a um grupo criminoso organizado, contudo, acreditam que quem levou Luis Manuel Díaz possa "vendê-lo" a organizações maiores e mais perigosas. É também expectável que exista um pedido de resgate, como costuma acontecer neste tipo de situações, confirmaram fontes no terreno à Semana.

Os pais de Luis Díaz, recorde-se, foram levados quando se encontravam a comprar melancias, tendo sido abordados por motociclistas. A mãe do ex-FC Porto foi resgatada quando os suspeitos quiseram livrar-se do carro e a deixaram numa estrada devido à perseguição policial.

«Eles chegaram de mota e foram levados no carro do pai de Luis Díaz, mas diante da pressão das autoridades, preferiram deixar o veículo abandonado e continuar a viagem em três motas; duas delas foram roubadas de cidadãos. Por fim, quando se viram pressionados, não tiveram outra alternativa senão deixar as viaturas abandonadas e seguir pelos trilhos próximos», disse fonte policial à Semana.

«As ações da força pública pretendem bloquear o caminho deles para evitar que transfiram o pai de Luis Díaz para a Venezuela, o que é uma primeira hipótese, e peço aos cidadãos que informem se souberem de alguma coisa», afirmou o ministro do Interior, Luis Fernando Velasco.

A polícia colombiana, recorde-se, oferece 200 milhões de pesos colombianos, cerca de 46 mil euros, por informações que permitam descobrir o paradeiro do pai de Luis Díaz.

Apelos e mensagens de força para Luis Díaz

O extremo do Liverpool tem recebido várias mensagens de força. O FC Porto já dirigiu algumas palavras ao antigo jogador, enquanto Diogo Jota festejou com uma camisola do colombiano no triunfo sobre o Nottingham, este domingo. A seleção feminina e os sub-23 dos cafeteros também exibiram a camisola de Díaz antes dos jogos que disputaram nas últimas horas.

Entretanto, vários jogadores reagiram nas redes sociais, como os ex-FC Porto Falcao e James Rodríguez.

«Há coisas muito mais importantes do que um jogo de futebol, por favor, em que sociedade vivemos? Estamos contigo, Luchito», escreveu James no Instagram.

A seleção colombiana também lançou um apelo. «Pedimos aos raptores de Luis Manuel Díaz, pai de Luis Díaz, que o libertem agora, sem condições. Futebol é paz. Lucho, estamos contigo. A Colômbia está contigo.»

Extremo continua em Inglaterra

O avançado de 26 anos, que já falou com o diretor da polícia, William René Salamanca, após o resgate da mãe, ficou de fora dos convocados do Liverpool para o jogo de domingo e estava preparado para viajar para a Colômbia, mas foi convencido pela família a permanecer em Inglaterra, por razões de segurança.

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