Patrocínios: gigantes europeus valem ouro

12 out 2015, 10:13
Bilbao-Barcelona (REUTERS/ Vincent West)

O Barcelona vai receber quase o dobro da Qatar Airways pela publicidade na sua camisola. Mesmo assim, 65 milhões de euros por época não chegam para bater o recorde de sponsorização no futebol mundial

Durante mais de um século de história, o manto blaugrana foi sagrado para os adeptos e para a direção do Barcelona. A evolução do futebol como negócio acabou, no entanto, por comprar com muitos milhões de euros as pretensões de romantismo culé
. A tal ponto que a Qatar Airways está prestes a duplicar a verba que despende com a parceria com os catalães e a celebrar um dos maiores contratos de publicidade da história do futebol. Segundo ontem revelou a imprensa espanhola, a renovação do acordo de patrocínio com a companhia aérea do Médio Oriente valerá 290 milhões de euros até 2020 ao Barça, num negócio que terá de ser aprovado pelos associados do clube a 24 de outubro em assembleia-geral.

Negócio de 290 milhões

Há outros concorrentes na corrida, como a gigante japonesa de e-commerce Rakuten, mas parecem imbatíveis os números propostos pela Qatar Airways, num negócio apalavrado com o presidente Josep Maria Bartomeu desde julho: 65 milhões de euros por cada uma das quatro épocas, entre 2016 e 2020, além de um bónus de assinatura de 30 milhões já nesta temporada. Tudo somado são 290 milhões de euros, que permitem ao Barcelona quase duplicar a verba de 35 milhões que recebe anualmente da companhia de bandeira do pequeno país árabe que irá organizar o Mundial de 2022.

Os valores são tanto mais impressionantes considerando que só em 2010 a camisola blaugrana
passou a ter patrocínio pago. Depois de um período em que ostentava o símbolo da UNICEF, o Barcelona cedeu há cinco anos aos petrodólares do Qatar. Agora, está prestes a suplantar os números do seu rival Real Madrid, que arrecada cerca de 35 milhões/época para vestir a camisola com o patrocínio da Fly Emirates (que, além do Benfica, tem parcerias também com Arsenal, Milan, Paris Saint-Germain e Hamburgo).

A verba – 35 milhões de euros – é semelhante à que a Deutsche Telekom paga ao Bayern de Munique por aquele que é o maior contrato da Bundesliga (à margem da sponsorização que marcas como a Volkswagen e a Bayer fazem respetivamente com Wolfsburgo e Leverkusen, clubes que controlam).

Premier League no topo

No entanto, em termos de sponsorização nada bate os contratos milionários da Premier League. Cinco clubes da liga inglesa concorrem com os dois gigantes espanhóis e com o Bayern no top dos mais valiosos patrocínios no mundo do futebol.

Apesar do mega-contrato que o Barcelona está prestes a fazer com a Qatar Airways, o Manchester United continuará a deter o recorde de patrocínios mais elevados. Os red devils auferem cerca de 71 milhões de euros por ano para ostentar na frente das suas camisolas o logótipo da marca de automóveis norte-americana Chevrolet.

No último defeso, o Chelsea trocou a Samsung pela Yokohama para passar a receber 55 milhões de euros por temporada, mais do que o rival londrino Arsenal, que arrecada 40 milhões com a Emirates (que dá o nome ao estádio dos gunners). Abaixo destes estão outros grandes de Inglaterra: o Manchester City recebe 27 milhões da Etihad, companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos concorrente da Emirates, uma verba semelhante à que é paga à época ao Liverpool pelo banco londrino Standard Chartered.
 
Os números são astronómicos, ainda assim; e mostram bem a diferença de valores e de projeção entre das principais ligas europeias para a realidade do futebol português.

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