Ganhou 161-2 e foi suspenso por isso. Na América é assim...

19 jan 2015, 09:41
Basquetebol

Entre equipas de basquetebol de liceu não se deve ganhar por tantos de diferença. É uma questão de desportivismo. O treinador que venceu o jogo foi castigado pela sua própria escola

Um resultado de 161-2 é algo que chama logo a atenção. E no basquetebol também entra na categoria das tareias
, claro. Esta diferença pontual é digna de nota. Mas, neste caso concreto, esta tareia
acabou por ter as piores consequências para quem a deu
e não para quem a sofreu
.

O treinador da equipa vencedora, de nome Michael Anderson, foi suspenso pelos seus superiores por falta de desportivismo. Causa espanto? Dê a resposta depois de ficar a saber toda a história.

O caso é concreto. Está-se a falar de basquetebol jogado por equipas de liceu nos Estados Unidos da América. No passado dia 5, as estudantes da Arroyo Valley High School, de San Bernardino, na Califórnia, ganharam pelos tais 161-2 às raparigas da Bloomington High School.
 



O jogo entre as escolas californianas nem sequer era oficial, mas (também anda mais) foi realçada a diferença pontual e houve
apuramento de responsabilidades. O réu – ficou a saber-se no dia em cumpriu o primeiro jogo de castigo – foi o treinador vencedor, o já referido Michael Anderson.

O castigo foi aplicado pelo próprio liceu de San Bernardino que suspendeu o seu treinador de basquetebol feminino durante dois jogos: os das últimas quarta e sexta-feira. Michael Anderson ficou com o regresso aos jogos marcado para esta segunda-feira, o dia Martin Luther King, em que Arroyo Valley promove uma jornada dedicada à modalidade, organizada pelo próprio Anderson.

«Este foi o nosso último jogo antes de começarmos a liga e íamos entrar com força», disse Anderson ao «Orage County Register» afirmando que avisou Dale Chung, o treinador da equipa de Blomington: «Eu queria que ele soube que não tínhamos más intenções e que se ele tivesse alguma preocupação que me avisasse.» E acrescentou que o adversário não discordou: «Nós íamos jogar meio tempo de basquetebol, pelo menos... E ele pareceu à vontade com isso.»

Arroyo Valley só tinha perdido um jogo em mais de uma dezena. Blomington tinha perdido todos os oitos realizados. Depois deste encontro, segundo o «Daily Bulletin», aconteceu a segunda maior diferença de pontos num jogo entre raparigas nos EUA – a maior data de 1982 (na também californiana cidade de Riverside, a equipa de Poly venceu a de Norte Vista 179-15 ).

«Só conseguimos passar a bola do meio campo quatro ou cinco vezes», afirmou Chung ao «Daily Bulletin». Arroyo Valley jogou os dois primeiros quartos em marcação individual e o resultado ao intervalo estava em 104-1.

«Não fiz jogar qualquer titular na segunda parte. Eu não esperava que Bloomington fosse assim tão má. Não quero envergonhar ninguém. E não esperava que o meu banco fosse jogar tão bem. Houve uma suplente que acertou oito em nove triplos», disse Anderson ao «Daily Bulletin».

«O jogo escapou-se-me...»

O treinador de Arroyo Valley disse que tentou jogar
com o relógio a correr logo a partir do terceiro quarto, mas os árbitros informaram que só podia jogar-se assim a partir do quarto – jogar com o relógio a correr significa não haver paragem do cronómetro quando há paragens normais de jogo; e várias escolas de vários estados adotaram esta regra precisamente para travar grandes desvantagens no marcador.

Anderson afirmou que, se soubesse a diferença de valores entre as equipas, teria colocado as titulares apenas no último quarto; e até que, se pudesse mudar tudo, «nem teria jogado a partida de todo». «O jogo escapou-me das mãos», defendeu-se.

Mas Chung não ficou convencido com o
mea culpa. «Conheço-o há sete anos... A fazer
Xs e
Os [as marcas ofensivas e defensivas no quadro do jogo] é um grande treinador. Eticamente? Nem por isso», disse o treinador de Bloomington.

A questão deste desportivismo entre equipas de estudantes de liceu que devem ter a preocupação de não dar
tareias destas em adversários motivou ainda mais um comentário a Chung: «As pessoas não devem ter pena da minha equipa. Devem ter pena da equipa dele [Michael Anderson], porque não está a aprender o jogo da forma correta.»

E.U.A.

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