ARS de Lisboa e Vale do Tejo diz que "não foi possível ultrapassar os constrangimentos" nos serviços de obstetrícia

CNN Portugal , PF - notícia atualizada às 21:22
10 jun 2022, 20:19
Hospital

Organismo regional avisa que a resposta destes serviços estará condicionada até segunda-feira

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) informou esta sexta-feira, em comunicado, que “não foi possível ultrapassar os constrangimentos no funcionamento de alguns serviços de Obstetrícia/Ginecologia da região”.

O organismo avisa que a resposta prestada por estes serviços estará condicionada até à próxima segunda-feira, dia 13 de junho, e que a resposta “será garantida pela rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região, com desvios na resposta ao serviço de urgência externa”.

Na nota, é afirmado que o “Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental será assegurando pelo Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) e pelo Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC)”

“Adicionalmente, irão verificar-se constrangimentos no atendimento das emergências/urgências de Ginecologia ou Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), entre as 08h00 de amanhã (11 de junho) e os 08h00 de segunda-feira (13 de junho), sendo os atendimentos assegurados pelos restantes hospitais da região”.

A ARSLVT confirma, também, os constrangimentos verificados no Centro Hospitalar de Setúbal, em virtude de doença imprevista de um especialista.

“A ARSLVT, hospitais da região e o CODU/INEM mantêm estreita articulação para garantir o normal funcionamento das urgências das maternidades da região em segurança. Caso haja necessidade de encaminhar utentes, as equipas hospitalares articulam com o CODU/INEM, no sentido de identificar a unidade que naquele momento tem melhor capacidade de resposta”, informa a entidade, que pede a “compreensão dos utentes”.

Já esta tarde, o Ministério da Saúde já tinha admitido que houve "constrangimentos na escala de ginecologia obstetrícia, impossíveis de suprir" e que, por isso, a urgência do Centro Hospitalar do Oeste estava "desviada para outros pontos".

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste abriu um inquérito participando à IGAS o caso de uma grávida que perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha.

Em comunicado esta sexta-feira divulgado, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste esclarece que, na sequência da “ocorrência grave” com uma grávida na quarta-feira “foi aberto um processo de inquérito pelas IGAS, sendo, por isso, prematuro estabelecer qualquer relação de causa-efeito entre o encerramento da urgência obstétrica e o referido episódio”.

Na nota, o Conselho de Administração lamenta “profundamente a morte registada e endereça sentidas condolências a todos os familiares”.

Numa primeira nota, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) confirmou que na passada quinta-feira, a urgência obstétrica do CHO “teve constrangimentos no preenchimento da escala médica, o que determinou o encerramento da referida urgência ao CODU/INEM, após a definição de circuitos de referenciação de doentes com outros Hospitais”.

A unidade hospitalar salienta ainda na nota que “não há nenhum nexo de causalidade estabelecido entre a morte do bebé e as limitações no preenchimento das escalas”.

Na nota, o CHO acrescenta que tem “envidado todos os esforços para contratar profissionais necessários para providenciar a resposta necessária à população”.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

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