EUA pedem à comunidade internacional para apoiar missão da ONU no Haiti

Agência Lusa , MM
28 jan, 08:53
Jimmy Chérizier (AP News Room)

A violência dos gangues no Haiti causou quase cinco mil mortes, incluindo mais de 2.700 civis, em 2023, de acordo com um relatório apresentado na terça-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres

Os Estados Unidos pediram à comunidade internacional para apoiar a missão da ONU no Haiti, posta em causa depois de a Justiça do Quénia ter bloqueado o envio de mil polícias para o país.

"O compromisso dos Estados Unidos para com o povo do Haiti permanece inabalável", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Matthew Miller, em comunicado.

"Reafirmamos o nosso apoio aos esforços internacionais em curso para o envio de uma missão multinacional de apoio à segurança no Haiti (...) e renovamos os nossos apelos à comunidade internacional para que dê apoio urgente a esta missão", acrescentou.

A violência dos gangues no Haiti causou quase cinco mil mortes, incluindo mais de 2.700 civis, em 2023, de acordo com um relatório apresentado na terça-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

Perante os apelos cada vez mais urgentes do Governo haitiano e da ONU, o Quénia concordou em liderar esta força multinacional, que o representante especial adjunto da ONU no Haiti disse esperar que esteja em funções "durante o primeiro trimestre" deste ano.

Em outubro, a ONU deu luz verde a esta força, que conta igualmente com o apoio dos Estados Unidos.

Nairobi tinha dito estar pronta a enviar até mil polícias para o Haiti como parte da força, mas na sexta-feira um tribunal queniano bloqueou a decisão do Governo, considerando-a "inconstitucional, ilegal e inválida".

O Governo queniano anunciou que ia "contestar imediatamente" o veredito do tribunal.

"Há uma necessidade urgente de a comunidade internacional responder aos níveis sem precedentes de violência de gangues e forças desestabilizadoras que visam o povo haitiano", disse Miller.

O assassínio do Presidente Jovenel Moïse, em 2021, mergulhou o Haiti no caos, numa altura em que o país já era palco da violência de gangues.

As gangues controlam agora 80% de Porto Príncipe, enquanto o número de crimes graves está a atingir níveis recorde, de acordo com o representante da ONU no país.

E.U.A.

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