Dados do INE divulgados esta quinta-feira mostram que, de abril a maio, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas
O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8,7% em termos homólogos no segundo trimestre, uma taxa idêntica à do trimestre anterior, tendo o número de transações recuado (22,9%) pelo quarto trimestre consecutivo, divulgou esta quinta-feira o INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), de abril a junho, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 9,0% e 8,0%, respetivamente.
Em cadeia, face ao primeiro trimestre, o IPHab aumentou 3,1% (1,3% no trimestre precedente), tendo os preços dos alojamentos existentes aumentado 3,2%, acima dos alojamentos novos (2,8%).
De acordo com o instituto estatístico, no segundo trimestre foram transacionadas 33.624 habitações com um valor total de 6.900 milhões de euros, o que representa uma redução de 22,9% e 16,7%, respetivamente, face ao mesmo período de 2022.
“Este foi o quarto trimestre consecutivo em que se observou uma redução do número de transações”, nota o INE.
As habitações existentes representaram a maioria das transações (79,7%), totalizando 26.799, menos 25,0% face ao mesmo período de 2022. Relativamente às habitações novas, contabilizaram-se 6.825 transações, uma redução de 13,2% por comparação com o segundo trimestre de 2022.
Em cadeia, o número de transações diminuiu 2,5% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2023 (-10,5% no trimestre anterior), tendo a redução no número de transações sido mais expressiva no caso das habitações existentes (-2,6%) do que nas habitações novas (-2,1%).
Quanto ao valor das habitações transacionadas, somou cerca de 6.900 milhões de euros, 16,7% abaixo do mesmo período de 2022.
Do valor total transacionado, 5.000 milhões de euros corresponderam a transações de habitações existentes (redução de 20,7% face ao mesmo período de 2022) e 1.900 milhões de euros foram relativos a transações de habitações novas (redução homóloga de 4,1%).
Relativamente ao trimestre anterior, o valor das habitações transacionadas no segundo trimestre de 2023 aumentou 0,7% (-6,9% no primeiro trimestre de 2023). Por categoria, observou-se uma redução no valor das transações de habitações existentes (-0,1%) e um aumento no valor das transações de habitações novas (2,9%).
De abril a junho, o setor institucional das “famílias” adquiriu 28.732 habitações (85,5% do total), por um total de 5.800 milhões de euros (83,8% do total).
As vendas de alojamentos às famílias registaram uma redução de 24,7%, em número, face ao mesmo período de 2022 e uma taxa de variação de -1,9% relativamente ao trimestre anterior.
Já em valor, as transações de 5.800 milhões de euros efetuadas pelas famílias, correspondentes a 83,8% do total, representaram “a percentagem mais baixa desde o primeiro trimestre de 2020”.
Em termos homólogos, o valor das compras de habitação pelas famílias diminuiu 19,5% (variação de -17,3% no primeiro trimestre de 2023).
No segundo trimestre, as transações de alojamentos envolvendo compradores com um domicílio fiscal fora de Portugal fixaram-se em 2.535 (7,5% do total), representando uma redução homóloga de 8,9%.
Pelo segundo trimestre consecutivo, evidenciaram-se comportamentos distintos nas duas categorias analisadas: As aquisições por compradores com domicílio fiscal na União Europeia fixaram-se em 1.174 unidades, menos 24,5% face a idêntico período de 2022, enquanto as transações da categoria de domicílio fiscal “restantes países” aumentaram 10,8% para 1.361 habitações.