Zelensky tem "planos" para visitar Portugal e agradece ao Governo e a Marcelo

19 dez 2023, 18:14

Presidente ucraniano destacou o papel diplomático de Portugal durante a guerra

O presidente da Ucrânia revelou esta terça-feira que tem "planos" para visitar Portugal. Numa conferência de imprensa com os jornalistas em Kiev, Volodymyr Zelensky respondeu à pergunta da CNN Portugal sobre uma eventual deslocação ao nosso país.

"Sim, há planos [para visitar Portugal]. Não me lembro das datas, o tempo está a andar muito depressa", afirmou, sem esclarecer, assim, se esta visita pode acontecer em breve.

O chefe de Estado da Ucrânia revelou-se "muito agradecido ao Governo e ao Presidente de Portugal", elogiando o trabalho do Executivo de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa, destacando a importância do apoio diplomático português.

"É muito importante para nós ter o apoio de Portugal", reiterou.

Nesta mesma conferência de imprensa o presidente ucraniano abordou outros assuntos. Desde a atual situação da guerra na Ucrânia aos constantes problemas nas Forças Armadas e nos serviços secretos, Volodymyr Zelensky optou por responder a tudo.

Sobre a situação no terreno, o chefe de Estado revelou que o exército lhe está a pedir a mobilização de mais 450 a 500 mil pessoas para a frente de batalha. Um esforço que, segundo as contas de Kiev, custa mais de 12 mil milhões de euros, pelo que não deve ser feito de ânimo leve.

"Este é um número muito sério, eu disse que precisava de mais argumentos. Porque se trata de uma questão de pessoas, de justiça, de capacidade de defesa e de finanças. Quanto às pessoas, preciso de saber o que vai acontecer ao exército de um milhão de efetivos, o que vai acontecer aos homens que lá estão todos os dias", disse Volodymyr Zelensky, citado pelo canal RBC Ucrânia.

Apesar das dificuldades em fazer tal mobilização, o presidente ucraniano disse que uma decisão final ainda não foi tomada.

Mais taxativas foram as respostas a duas outras dúvidas: a possível mobilização de mulheres para o exército e o despedimento do chefe das Forças Armadas. Em ambos os casos, Volodymyr Zelensky garantiu que a resposta é negativa.

O presidente ucraniano rejeitou ainda a ideia de que a Ucrânia esteja "gradualmente" a perder a guerra, afirmando que o país já esteve numa posição "mais difícil".

"Estávamos numa situação muito difícil, estávamos quase completamente ocupados - pelo menos as regiões centrais, a logística do nosso Estado, as estradas, os caminhos-de-ferro, a distribuição de alimentos, estávamos num bloqueio total, mas conseguimos sair. Agora temos uma situação diferente", disse Volodymyr Zelensky.

Sobre o eventual fim do conflito, Zelensky não faz qualquer perspetiva.

"Penso que ninguém sabe a resposta. Mesmo as pessoas respeitadas, os comandantes, os nossos ou os do Ocidente. Quando dizem que a guerra vai durar muitos anos, não sabem. Isso são opiniões. As opiniões diferem muitas vezes da realidade", considerou, dizendo também que a Rússia não registou quaisquer ganhos em 2023. "Não chegaram ao Donbass e a outros territórios e, por isso, não se pode falar de qualquer vitória", explicou

 

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