Presidente ucraniano disse ainda que as forças armadas do país pediram a mobilização de entre 450 a 500 mil pessoas, uma operação que deveria custar cerca de 12,5 mil milhões de euros
O presidente da Ucrânia afirmou esta terça-feira em conferência de imprensa que as Forças Armadas pediram a mobilização de mais 450 a 500 mil pessoas.
"Este é um número muito sério, eu disse que precisava de mais argumentos. Porque se trata de uma questão de pessoas, de justiça, de capacidade de defesa e de finanças. Quanto às pessoas, preciso de saber o que vai acontecer ao exército de um milhão de efetivos, o que vai acontecer aos homens que lá estão todos os dias", disse Volodymyr Zelensky, citado pelo canal RBC Ucrânia.
A mobilização, refere o presidente, poderia custar cerca de 12,5 mil milhões de euros.
O líder ucraniano explicou que ainda não foi tomada qualquer decisão quanto a esta matéria, e que o parlamento se deverá pronunciar no futuro.
Sem anunciar o número, Zelensky garantiu também que a Ucrânia vai receber mais sistemas Patriot e NASAMS este inverno. Sobre o impasse no Congresso, durante o qual alguns republicanos pretendem condicionar a ajuda à Ucrânia à atribuição de verbas para a fronteira com o México, o líder ucraniano manifesta-se confiante de que os Estados Unidos "não vão trair" Kiev.
O presidente ucraniano rejeitou ainda a ideia de que a Ucrânia esteja "gradualmente" a perder a guerra, afirmando que o país já esteve numa posição "mais difícil".
"Estávamos numa situação muito difícil, estávamos quase completamente ocupados - pelo menos as regiões centrais, a logística do nosso Estado, as estradas, os caminhos-de-ferro, a distribuição de alimentos, estávamos num bloqueio total, mas conseguimos sair. Agora temos uma situação diferente", disse Volodymyr Zelensky.
Sobre o eventual fim do conflito, Zelensky não faz qualquer perspetiva.
"Penso que ninguém sabe a resposta. Mesmo as pessoas respeitadas, os comandantes, os nossos ou os do Ocidente. Quando dizem que a guerra vai durar muitos anos, não sabem. Isso são opiniões. As opiniões diferem muitas vezes da realidade", considerou, dizendo também que a Rússia não registou quaisquer ganhos em 2023. "Não chegaram ao Donbass e a outros territórios e, por isso, não se pode falar de qualquer vitória", explicou