Ucrânia já tem mais carros de combate do que a Rússia (e o número de armas também está mais equilibrado)

6 jul 2023, 18:00
Tanque russo destruído em Trostsyanets (Efrem Lukatsky/AP)

Dados mostram que Moscovo perdeu quase dois terços dos veículos que tinha, enquanto Kiev aumentou em 50% a sua frota

Quando começou a guerra na Ucrânia a Rússia tinha cerca de 3.400 tanques, hoje tem pouco mais de 1.400. Em sentido contrário, a Ucrânia tem agora perto de 1.500 veículos deste tipo, quando a sua armada tinha apenas 987 tanques antes de fevereiro de 2022.

Números avançados pelo Instituto Kiel para a Economia Mundial, que é citado pela Bloomberg, e que sugere que a Ucrânia já tem mais tanques do que a Rússia.

Um cenário à partida impossível, mas que surge numa combinação de fatores: logo à cabeça o grande apoio que tem surgido do Ocidente, nomeadamente da NATO, que já forneceu a Kiev 471 tanques a estrear, prevendo-se ainda que sejam entregues mais 286 num futuro próximo, além de outros carros de combate. Isso combinado com a captura de vários veículos armados do exército russo fez subir em 50% a frota militar da Ucrânia.

Se Kiev já tem mais carros de combate que Moscovo, existe também um maior equilíbrio de forças nas outras dimensões da guerra. As mesmas informações recolhidas pela Bloomberg, que também contou com uma análise do website Oryx, especialista em temas militares, mostram que há um esbatimento da diferença entre a artilharia e os sistemas de armamento pesado de ambos os lados.

No início da guerra a Rússia tinha cerca de 2.300 armas consideradas pesadas, entre as quais estão vários sistemas de mísseis. Hoje esse número é de 1.900. Pelo contrário, a Ucrânia viu este tipo de equipamentos aumentar: passou de 773 armas para 1.100. Um aumento em grande parte justificado pela ajuda do Ocidente, nomeadamente por envios recentes como o do Reino Unido, que forneceu a Kiev os mísseis de longo alcance Storm Shadow.

Estes dados vêm corroborar as palavras do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Reino Unido, o almirante Tony Radakin, que afirmou no parlamento britânico que a Rússia já tinha perdido cerca de metade da sua força de combate. “No ano passado dispararam 10 milhões de munições, mas no máximo só conseguem produzir um milhão por ano. Perdeu 2.500 carros de combate e no máximo consegue produzir 200 por ano”, disse o responsável.

Os números do website Oryx são mais conservadores, mas aquele portal só introduz os dados que consegue mesmo confirmar. Dos 3.417 carros de combate que a Rússia tinha antes de 24 de fevereiro de 2022, 2.082 terão sido destruídos.

Em todo o caso todos os dados apontam para um claro enfraquecimento do exército russo, até porque, de acordo com as palavras de Tony Radakin, é complicado substituir os equipamentos perdidos de forma direta.

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