Presidente da Bielorrússia diz ainda que o presidente dos EUA, Joe Biden, quer utilizar uma vitória ucraniana no campo de batalha para aumentar o seu índice de aprovação
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou que, ao armar a Ucrânia, os Estados Unidos estão a empurrar a Rússia para a utilização de armas nucleares.
"Estou com a impressão - repito que é a minha opinião - que os americanos estão a empurrar os russos para a utilização da arma mais terrível. Armam Volodymyr Oleksandrovych Zelensky e o seu exército e fornecem mísseis de longo alcance. Até mísseis capazes de voar 300 km", disse Lukashenko durante a sua visita a uma instalação militar na região de Brest, na sexta-feira.
Lukashenko acrescentou que, se um míssil desse tipo atingisse o território russo, Moscovo teria de responder.
"Um ataque deste tipo em profundidade no território russo e a resposta será colossal. Caso contrário, para que é que precisamos destas armas (nucleares)?", observou Lukashenko.
Segundo Lukashenko, o aumento das tensões entre os dois países pode levar a uma situação em que a Rússia "vai agarrar no botão vermelho e colocá-lo em cima da mesa".
O responsável acrescentou ainda que os americanos não temem pela sua segurança "porque estão do outro lado do oceano".
Os comentários de Lukashenko surgiram depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter dito que era possível revogar a ratificação de um tratado que proíbe os ensaios nucleares.
No dia seguinte aos comentários de Putin, o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, afirmou que o Conselho da Duma "irá definitivamente discutir a questão da revogação da ratificação do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares" na sua próxima reunião.
Lukashenko também comentou o destino incerto da ajuda do Congresso dos EUA à Ucrânia, chamando-lhe um sinal para a Ucrânia "se apressar, alargar o âmbito da contraofensiva e lançar mais jovens para o terreno".
"Está em todo o lado nos meios de comunicação social. Culpam Zelensky pelo ritmo lento da contraofensiva. A contraofensiva não foi bem sucedida", afirmou Lukashenko, sublinhando que "apenas homens velhos estão a participar no combate".
Lukashenko deu a sua versão do motivo pelo qual os EUA querem que a Ucrânia acelere a contraofensiva. Afirmou que o presidente dos EUA, Joe Biden, poderia utilizar uma vitória ucraniana no campo de batalha para aumentar o seu índice de aprovação.
"Devido à situação política, esta guerra não aumenta a autoridade de Biden e do governo americano. Ele (Biden) já está a perder de acordo com todas as sondagens. Ele precisa de algum tipo de vitória. É preciso trazer algo para a mesa para ganhar", argumentou Lukashenko.