O que se sabe sobre o jato ligado a Prigozhin que viajou para a Bielorrússia

CNN Portugal , atualizado às 11:20
27 jun 2023, 10:07

A aeronave, um Embraer Legacy 600, com o registo RA-02795 e número de série 14501008, consta da lista do Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros da Secretaria de Estado do Tesouro dos Estados Unidos como sendo pertencente à empresa Autolex Transport, ligada ao líder do Grupo Wagner

Um jato ligado ao líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, aterrou esta terça-feira pelas 7:40 locais na Base Aérea de Machulishchy, a sul de Minsk, após partir de Rostov. Até ao momento, ainda não há confirmação de quem estava a bordo, mas já era esperado que Prigozhin se deslocasse para a Bielorrússia, como parte do acordo que ditou o fim da rebelião.

Antes desta viagem, e de acordo com o site FlightRadar24, o mesmo avião tinha viajado de São Petersburgo, cidade-natal do líder dos mercenários, para Rostov, palco principal da rebelião que o Grupo Wagner protagonizou durante sexta-feira e sábado

A aeronave, um Embraer Legacy 600, com o registo RA-02795 e número de série 14501008, consta da lista do Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros da Secretaria de Estado do Tesouro dos Estados Unidos como sendo pertencente à empresa Autolex Transport, ligada a Prigozhin.

Esta terça-feira, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, garantiu que o governo russo não tem quaisquer informações sobre o paradeiro de Yevgeny Prigozhin

O chefe máximo do Grupo Wagner é alvo de sanções por parte dos Estados Unidos desde 2016 por múltiplas razões, incluindo por interferência nas eleições presidenciais que Donald Trump venceu. Em 2021, foi mesmo colocado na lista dos mais procurados do FBI.

Kremlin não sabe onde ele está

A Rússia afirma que não tem quaisquer informações sobre o paradeiro de Yevgeny Prigozhin, mas, esta terça-feira, na atualização diária da presidência russa, Dmitry Peskov explicou que o acordo que levou ao fim do motim está a ser implementado, garantindo que Vladimir Putin vai manter a sua palavra.

Yevgeny Prigozhin quebrou na segunda-feira o silêncio que mantinha desde o fim da rebelião do Grupo Wagner. O “chef” de Putin, como é conhecido, explicou que a “marcha pela justiça” tinha como objetivo impedir o fim do Grupo Wagner, que estava “condenado a desaparecer a 1 de julho”, e garantiu que o motim não tinha como objetivo depor o governo de Vladimir Putin.

"Ninguém aceitou assinar um contrato com o Ministério da Defesa, pois todos conhecem muito bem a situação atual e sabem, pela sua experiência durante a operação militar especial, que isso levará a uma perda total da capacidade de combate", disse, num áudio publicado no Telegram.

Após percorrerem, no sábado, centenas de quilómetros em direção a Moscovo, aparentemente sem oposição para além de alguns ataques aéreos a que foram ripostando, os mercenários cessaram a marcha a cerca de 200 quilómetros da capital russa. Nesse mesmo dia, a presidência bielorrussa anunciou que Aleksandr Lukashenko havia mediado um acordo entre Putin e Prigozhin, que previa amnistia total para o líder e mercenários do Grupo Wagner, bem como a mudança de Prigozhin para a Bielorrússia.

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