"Nunca mais". Zelensky lembra Holocausto e muro de Berlim para fazer apelo no parlamento alemão

António Guimarães , com Lusa
17 mar 2022, 09:29
Volodymyr Zelensky em discurso no parlamento alemão (Markus Schreiber/AP)

Tal como fez no Congresso dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky voltou a apelar à emoção de políticos

O presidente ucraniano voltou a puxar pelo lado emotivo e pelas referências históricas apropriadas aos destinatários da sua mensagem. Depois do discurso no Congresso dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky dirigiu-se ao parlamento da Alemanha e pediu àquele país que ajude a derrubar o "novo muro" contra a liberdade que existe na Europa, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Caro chanceler [Olaf] Scholz, destrua esse muro, conceda à Alemanha o papel de desempenhar essa conquista", disse o presidente ucraniano, perante a Câmara Baixa do Parlamento alemão (Bundestag), num discurso transmitido por vídeo.

Volodymyr Zelensly fez, deste modo, referência direta ao Muro de Berlim construído pela União Soviética em 1961 e derrubado em 1989, no início do colapso do regime comunista.

Mas essa não foi a única referência histórica do chefe de Estado ucraniano, que lembrou ainda os ataques aéreos de que Berlim foi alvo na Segunda Guerra Mundial, antes de soltar uma expressão histórica: “Todos os políticos dizem 'nunca mais'. Agora eu vejo que essas palavras não valem nada. Na Europa há um povo a ser destruído."

Recorde-se que “nunca mais” foi uma expressão que ficou célebre na Alemanha, como forma de recordar o Holocausto ocorrido no Terceiro Reich.

De resto, Volodymyr Zelensky voltou a apelar à adoção de uma zona de exclusão aérea, algo que os países da NATO, como a Alemanha, já disseram que não vai acontecer.

O presidente ucraniano tinha adotado a mesma técnica no Congresso americano, onde falou sobre o bombardeamento em Pearl Harbor, que espoletou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, e também sobre o ataque terrorista do 11 de setembro.

No início do discurso, o chefe de Estado ucraniano foi fortemente aplaudido pelos parlamentares alemães, de acordo com a France Presse.

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