Estados Unidos “preocupados” com negociações "ativas" entre Moscovo e Pyongyang para o envio de armas para a Rússia

30 ago 2023, 18:52
John Kirby (AP)

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirma que as negociações com a Coreia do Norte demonstram o “pânico” latente nas altas cúpulas do Kremlin. “Não há outra maneira de ver isto. É desespero e fraqueza, francamente"

Os Estados Unidos manifestaram esta quarta-feira preocupação com o avanço das negociações entre Moscovo e Pyongyang com vista ao fornecimento de armas à Rússia.

De acordo com informações dos serviços secretos americanos, citados pela CNN Internacional, russos e norte-coreanos estão a negociar um acordo que prevê o envio de vários tipos de armamento para a Rússia, incluindo artilharia, para que o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia consiga ser suportado.

“Continuamos preocupados com o facto de a República Popular Democrática da Coreia [Coreia do Norte] continuar a considerar a possibilidade de fornecer apoio militar às forças russas na Ucrânia e temos novas informações, que podemos partilhar, de que as negociações sobre armamento entre a Rússia e a Coreia do Norte estão a avançar ativamente”, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, aos jornalistas na Casa Branca.

Kirby disse que Vladimir Putin e Kim Jong-un têm trocado correspondência “frequentemente”, com vista ao incremento das relações bilaterais, desde que o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, visitou Pyongyang no final de julho.

“As reuniões ao mais alto nível podem continuar nos próximos meses”, indicou o porta-voz.

“No âmbito destes acordos potenciais, a Rússia receberia quantidades significativas e vários tipos de munições da Coreia do Norte que os militares russos planeiam usar na Ucrânia. Esses potenciais acordos também poderiam incluir o fornecimento de matérias-primas que ajudariam a indústria da defesa da Rússia”, explicou Kirby aos repórteres.

O responsável americano considerou que as negociações com a Coreia do Norte demonstram o “pânico” latente nas altas cúpulas do Kremlin.

“Não há outra maneira de ver isto. É desespero e fraqueza, francamente”, considerou.

Nas Nações Unidas, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido emitiram um comunicado conjunto a criticar o potencial acordo entre Pyongyang e Moscovo, alegando que violaria resoluções do Conselho de Segurança, aprovadas e apoiadas pela Rússia, sobre a compra de armas à Coreia do Norte.

“A Rússia está a negociar potenciais acordos para receber quantidades significativas e múltiplos tipos de munições da Coreia do Norte, de modo a serem utilizadas contra a Ucrânia. Estes potenciais acordos também poderiam incluir o fornecimento de matérias-primas que ajudariam a indústria da defesa da Rússia. Qualquer acordo de armas deste tipo seria uma violação grave das resoluções que o Conselho de Segurança adotou por unanimidade depois de a Coreia do Norte ter efetuado testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos", pode ler-se na nota conjunta.

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