Economistas, jornalistas e engenheiras. Refugiadas ucranianas qualificadas têm poucas oportunidades em Portugal

ECO - Parceiro CNN Portugal , Jéssica Sousa e Hugo Amaral
19 ago 2023, 12:14
Anastasiia Pshenychna

Refugiadas da guerra na Ucrânia encontraram refúgio em Portugal e querem emprestar competências ao país que as acolhe. Mas falta de oportunidades dificulta intenção.

No dia 24 de fevereiro de 2022 deu-se início ao primeiro conflito militar na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Na Ucrânia ouviam-se sirenes e eram dadas ordens de recolha domiciliária à medida que as tropas russas iam ganhando terreno no país vizinho. Nos meses que se seguiram, ocorreram massacres e alegados crimes de guerra em cidades que, por cá, a maioria nunca teria ouvido falar, como Bucha, Kherson, Mikolayiv ou Mariupol. Apesar de muitos ucranianos terem recusado entregar o país à Rússia, escolhendo ficar na Ucrânia em pleno conflito militar, certo é que nas semanas seguintes se deu início a uma das maiores vagas de refugiados na história recente da Europa.

De acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde o início da guerra mais de cinco milhões de ucranianos escolheram ficar no país, mas fugiram para outras cidades ucranianas onde o conflito armado ainda era pouco visível. Por sua vez, 6,2 milhões optaram por deixar a Ucrânia para trás, procurando refúgio em países vizinhos, como a Polónia, Moldávia ou Roménia. Outros foram mais longe na Europa, chegando inclusive até Portugal mais de 50 mil.

Os que chegaram às terras lusas receberam apoio institucional para a documentação e, em Lisboa, a Associação de Ucranianos em Portugal (AUP), que é desde de 2003 “uma ilha ucraniana” no país, de acordo com o voluntário Yuriy Kondra, também abriu as portas. Deu assistência no preenchimento de documentação, formulários, e apoio a nível da habitação, através da criação de um programa com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

“Desde o dia 25 de fevereiro [de 2022] que estamos a prestar apoio à Ucrânia. Logo no início de março, começaram a chegar os primeiros refugiados”, conta Yuriy Kondra, que trabalha na associação como voluntário desde 2007, depois de ter imigrado para Portugal em 1999.

Segundo o balanço do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), desde o início da guerra e até junho de 2023, chegaram a Portugal, de carro e de avião, mais de 56.528 refugiados ucranianos e estrangeiros que residiam na Ucrânia, valor que embora significativo, tem vindo a diminuir nos últimos meses. No início de maio, o SEF avançou à Lusa que cerca de 2.000 ucranianos tinham pedido o cancelamento dos pedidos de proteção temporária. Na altura, totalizavam 58.191.

Ademais dos pedidos de cancelamentos dos títulos, há também ucranianos que não estão a renovar as proteções temporárias, que inicialmente tinham a duração de um ano e entretanto caducaram.

Além dos títulos de proteção temporária, à chegada de Portugal, o SEF atribuiu-os também de forma automática um número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Foi tudo muito mais facilitado para este tipo de refugiados. Seria bom que isto fosse também transferido para todos os outros migrantes que aqui chegam”, defende o coordenador.

A quota de refugiados é preenchida, na sua grande maioria por mulheres (33.949), muitas acompanhadas pelos filhos menores de idade, ou pelas mães, sogras, ou outras familiares, uma vez que a Lei Marcial obriga a que os homens ucranianos entre os 18 e os 60 anos fiquem no país. O número de refugiados ucranianos masculinos situou-se, até junho, nos 22.579.

O perfil destas imigrantes diferencia-se da maioria dos que chegam a Portugal com origem em países do Sul da Ásia ou do Norte de África. “Trabalhamos com outras associações que apoiam migrantes, em rede, e existe a noção de que este não é o típico migrante que chega a Portugal”, conta Afonso Nogueira, coordenador da AUP, aludindo ao estatuto de refugiados destes imigrantes.


A associação caracteriza uma grande parte das refugiadas que chegaram a Portugal, como sendo de classe média e com formação numa área especializada. Médicoa, engenheiras, gestoras, economistas ou profissionais de áreas científicas, como investigadoras e engenheiras químicos — “profissões das quais Portugal poderia beneficiar”, considera o coordenador da AUP, mas as dificuldades nas transferências de competências e equivalências, a falta de oportunidades especializadas e as barreiras linguísticas impedem que sejam aproveitadas.

“Não se tratam de migrantes por motivos económicos. Enquanto as vagas anteriores de migrantes estavam abertas a qualquer tipo de trabalho, esta vaga tem como objetivo manter as profissões que tinham na Ucrânia, ou até mesmo eventualmente regressar ao país de origem. Têm mais expectativas e dado o trauma que tiveram, estão menos abertos a começar por baixo”, explica Afonso Nogueira.

Anastasiia Pshenychna, 32 anos | Jornalista

Ao segundo dia da guerra, Anastasiia fugiu de Kiev para o oeste da Ucrânia, para junto da sua família. Quando os amigos, residentes em Portugal, lhe ligaram e a convenceram a sair da capital, em finais de abril, Anastasiia, de 32 anos, e a mãe, de 58 anos, conduziram durante cinco dias até chegarem a Lisboa. “Nunca conduzi até tão longe”, conta. Formada em economia e gestão, Anastasiia nunca tinha trabalhado nestas áreas até chegar a Portugal. A sua experiência profissional na Ucrânia começou no mundo editorial. O primeiro emprego foi numa revista e nos 10 anos que se seguiram foi jornalista, correspondente internacional e apresentadora de televisão para um canal ucraniano – esta última função foi a que interrompeu assim que a guerra começou. Quando chegou a Portugal ainda trabalhava à distância como editora de uma revista online e assessora do Parlamento ucraniano, mas acabou por se demitir por ser “psicologicamente difícil”. Enquanto assessora, escrevia sobre armamento, mortes e ataques a cidades ucranianas diariamente, detalha. Hoje, trabalha no departamento fiscal do BNP Paribas, “próximo da minha área de formação, mas completamente diferente” do seu trabalho na última década, aponta, adiantando que preferiu procurar emprego na área de formação ao invés de ceder a um trabalho manual: “Sei que muitos refugiados que aqui chegam não conseguem trabalho na área, mas eu ainda não estava preparada para fazer isso”, partilha. Ao fim de um mês de processo de recrutamento, foi contratada para uma posição que não exigia que soubesse falar português, idioma que está a aprender através do curso que frequenta. “Sei que se quiser voltar a ser competitiva no mercado [jornalístico], tenho que aprender a língua”, vinca, adiantando que, apesar de tudo, tem enviado currículos para meios de televisão portugueses, mas que ainda não obteve resposta. Com perspetivas de ficar por Portugal, Anastasiia mantém-se focada no objetivo de regressar à área que lhe dá mais gosto. “Quero regressar ao jornalismo. É um trabalho mais dinâmico e eu gosto disso. Sinto falta”, partilha, recordando as viagens que fez enquanto correspondente, tendo acompanhado as eleições de 2020 nos EUA e o referendo do Brexit, em 2016. Quanto à ideia de regressar à Ucrânia, onde reside o resto da família com quem mantém um contacto diário, Anastasiia diz estar ciente que a realidade do país que deixou para trás, antes da guerra, nunca mais será a mesma. “A recuperação é a parte que vai levar mais tempo. Até os media foram completamente destruídos. O mercado vai demorar muitos anos até voltar ao que era”, lamenta. Por isso, encara a realidade de ter de começar do zero com confiança, ainda que a força que diz ter dentro de si se tenha fragilizado. “Psicologicamente, sempre fui uma pessoa forte, mas este período tem sido desafiante. Quero ter uma oportunidade para me adaptar e reconstruir a minha vida”, diz. “Não quero que tenham pena de mim, quero que me vejam como um player igualitário no mercado de trabalho”, sublinha. (Foto: Hugo Amaral/ECO)

Há muita gente, nesta altura do campeonato, que tem muito mais interesse em cá ficar. Tiveram que fazer um reset à sua vida e, portanto, mesmo que possam voltar, não vão ter um emprego sustentável do dia para a noite. Já aceitaram que vão ter que construir um caminho aqui. E Portugal pode beneficiar disso se lhes forem dadas oportunidades diferenciadas”.

Nesse sentido, a AUP organizou dezenas feiras de emprego e parcerias institucionais com empresas, ao longo de 2022, tendo como objetivo não só ajudar estas instituições a preencher vagas mais especializadas, como também apoiar estas refugiadas a ter rendimentos numa altura em que regressar ao país da origem, em segurança, ainda não é uma possibilidade.

Mas o IEFP também procurou integrar estas refugiadas através de oportunidades de emprego. No âmbito da Operação Refugiados Ucrânia, foi criado pela entidade um mecanismo de acolhimento e integração social e profissional destes cidadãos, num trabalho conjunto com as empresas que manifestaram o interesse e disponibilidade para a contratação destes profissionais. Em abril de 2022, dois meses depois do início da guerra na Ucrânia, as vagas de emprego em Portugal chegaram a ascender às 22 mil, um pouco por todo o país, com um salário médio de 884 euros brutos por mês.

Afonso Nogueira recorda que, entre março e julho de 2022, “houve uma avalanche de ofertas”, porém, a falta de “disponibilidade emocional” impedia que estes refugiados estivessem “preparados para trabalhar”. “Só a partir de setembro é que começaram a ‘cair fichas’”, conta. Nessa altura, as famílias ucranianas deslocadas em Portugal já se viam “obrigadas” a pensar em constituir uma vida longe de casa, começando, dessa forma, a procurar matricular os filhos em escolas, procurar residência permanente e emprego.

“Deixou de ser encarada como uma situação temporária. Aperceberam-se de que iam ter que começar a criar raízes em Portugal. E, nessa altura, as ofertas já se tinham esvaído”, explica.

Até agosto de 2023, apenas 10.500 dos 56 mil cidadãos ucranianos refugiados residentes em território nacional tinham celebrado contratos de trabalho em Portugal através do IEFP, encontrando-se atualmente ativas 3.278 ofertas de emprego para o setor do turismo e restauração, tecnologias de informação, construção civil, setor social e transporte. A maioria (634) está localizada em Lisboa, Portalegre (446), Faro (350) e Coimbra (267).

Nadiia Nikitina, 43 anos | Engenheira química

“Trabalhei a minha vida toda nesta área, em laboratórios”, conta-nos Nadiia, engenheira química há mais 20 anos, que preferiu não dar a cara nesta reportagem. No final de março de 2022, chegou a Portugal juntamente com o filho de 16 anos, de Severodonetsk, na região de Lugansk depois de ter percorrido cerca de quatro mil quilómetros de carro em seis dias. “Nunca tinha feito um trajeto tão longo”, admite. Hoje, apesar das circunstâncias que a forçaram a abandonar o país sem o marido, sente-se aliviada por ter saído da Ucrânia e encara com bons olhos a perspetiva de recomeçar a vida em Portugal. “A minha casa está destruída, não sei como seria o meu futuro na Ucrânia se algum dia regressasse. Gostava de voltar, claro, mas se a cidade estiver sob o controlo dos russos, recuso-me”, sublinha, admitindo que antes de abandonar o país, mesmo depois de ter passado dias protegida com a família na cave da sua casa, acreditava que “a guerra ia ser de pouca dura”. Apesar de ter passado mais de duas décadas em laboratórios e a fazer trabalho de investigação, hoje, graças à ajuda de outros ucranianos residentes em Portugal, trabalha num escritório como assistente administrativa. “É um trabalho fora do comum para mim. No início estava muito nervosa por começar”, recorda, detalhando que enviou vários currículos para empresas e laboratórios com vagas que se adequam ao seu perfil mas que, “até hoje, está à espera de resposta”. “Percebo que o problema esteja do meu lado”, admite numa conversa que preferiu ter em inglês, uma vez que o domínio do português ainda está em andamento. Teve um curso de português durante o verão de 2022, através do IEFP, certificando-se no nível A1, e desloca-se duas vezes por semana à AUP para continuar essa formação. “No meu trabalho, quando ligam para o escritório, esforço-me muito para falar português”, garante. Embora esteja atualmente empregada, a expectativa da engenheira química de 43 anos é de continuar a tentar encontrar emprego no setor. “Quero ser útil para Portugal, e retribuir a ajuda que me foi dada. Quero agradecer”, diz, admitindo estar a ponderar ficar em Portugal mesmo se não encontrar um emprego no ramo no qual se especializou.

Fora da rede IEFP, também se procurou agilizar a integração destes refugiados. Uma das empresas que trabalhou de forma autónoma nessa integração foi a Sonae, que indica ao Capital Verde já ter “efetivado dezenas de contratos de trabalho” com refugiados ucranianos, no âmbito do programa Sonae for Ukraine, fosse através da criação de uma plataforma bilingue, em ucraniano e inglês, de forma a permitir candidaturas simplificadas, ou de ações de recrutamento realizadas um pouco por todo o país.

“Este programa procura responder às várias necessidades daqueles que decidiram fugir da guerra e refugiar-se em Portugal, sendo uma das áreas prioritárias o emprego”, indica Teresa Menezes, people & leadership manager da Sonae.

Maria Shyrkova, 31 anos | Economista

O percurso profissional de Maria começou na banca depois de se ter formado em economia, em Kiev. Mas pouco tempo depois, saltou para uma empresa comercial e de logística, liderando o departamento de finanças.
Apesar de ser um setor diferente, gostava do que fazia e não se imaginava a mudar tão cedo. Ou de forma tão abrupta. “Com o início da guerra, a atividade da empresa foi interrompida. Tivemos muitos problemas porque os portos fecharam. Acabei por perder o emprego”, conta.
Saiu de Kiev, juntamente com a mãe, o tio e a tia, e foi para a Eslovénia. Lá, optou por seguir o conselho da irmã, que estava de férias em Portugal com o marido na altura, e no dia 7 de março aterrou em Lisboa, onde ficou por pouco tempo.
Foi reencaminhada pela Cruz Vermelha para a Guarda, juntamente com a mãe, distrito onde acabou por ficar um mês enquanto procurava alojamento em Lisboa. “Em abril, quando encontrei um quarto para alugar, voltei para Lisboa e depois comecei a procurar emprego”.
Ao contrário de muitas outras, Maria, de 31 anos, conseguiu encontrar uma oportunidade na sua área de formação, embora exigisse o domínio do português e do inglês – língua a que, até ao ano passado, recorria pouco. Mas o obstáculo linguístico não a travou, nem impediu o Novo Banco de considerar a sua candidatura. Em maio, foi-lhe oferecida uma oportunidade de estágio e formação que, mais tarde, se transformou num contrato de trabalho.
“É irónico, porque eu comecei a minha carreira profissional num banco e agora, aqui, estando eu a recomeçar a vida, voltei à banca”, diz. Está agora a trabalhar em contabilidade, área onde soma 10 anos de experiência. Agora, com emprego e quarto onde dormir, já se sente preparada para procurar uma habitação para si e para a sua mãe, que entretanto já está na capital, “mas é mesmo muito difícil”, partilha. “Por vezes os senhorios não querem arrendar casa a estrangeiros, ou precisamos de fiador, e eu não tenho ninguém a quem recorrer”, lamenta.
Quanto à possibilidade de regressar para a Ucrânia, para já não está nos planos. Em outubro passado, quando foi a Kiev visitar a família, tinha esperanças de que a situação estivesse perto do fim, mas “os bombardeamentos voltaram em força”, e relembraram-na daquilo que estava em causa.
Perante a incerteza, Maria encara a realidade de assentar em Portugal com cada vez mais seriedade. “Gosto de Lisboa, gosto do meu emprego, gosto das pessoas. Faz-me lembrar um pouco Kiev, e por vezes Lviv. Sinto-me bem aqui”. Nos tempos livres frequenta outros cursos profissionais como webdesign, ou até mesmo de cabeleireira. “Gosto, distraio-me, posso praticar o português, e divirto-me”.
Mas nem sempre foi assim. No início, foi assoberbante. “Quando estavam todos tristes, e a chorar, eu não tive esse direito. Não tive tempo. Tive que ser um pilar. Só quando as coisas abrandaram é que tive tempo para me sentar e processar tudo. Aí pude chorar. Apercebi-me da situação em que estava e que tinha de começar do zero”. (Foto: Hugo Amaral/ECO)

Mas nem todas as oportunidades de trabalho permitem o recurso ao inglês, e não havendo um calendário que permita perceber quando será possível regressar à Ucrânia, o domínio da língua portuguesa é essencial para viver em Portugal.

Em parceria com a Speak Social, a AUP desenvolveu cursos de português na ótica da educação não formal, cujas aulas contam, semanalmente, com dezenas de cidadãos ucranianos que procuram melhorar o domínio da língua lusa. Porém, a falta de certificação deste curso impede que seja validada a capacidade linguística destes refugiados. “O IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional] ainda não efetivou connosco a organização de cursos específicos para ucranianos”, conta o coordenador da AUP.

Da parte do IEFP, mais de 7.300 refugiados ucranianos participaram em cursos de português para estrangeiros até agosto de 2023, e a maioria já obteve os seus certificados do nível mais básico. Além disso, indica o IEFP, mais de 460 refugiados foram também integrados em outras ações de formação profissional.

Iulia Simankova, 31 anos | Especialista de marketing 

Especialista em marketing e vendas há 18 anos, Julia saiu de Lugansk, onde sempre viveu, e veio sozinha para Portugal de avião a partir de Moscovo – tarefa difícil dado que, na altura, “os céus na Europa estavam fechados à Rússia” e os bilhetes ficavam todos os dias mais caros.
Deixou o emprego e a família para trás naquela que foi a decisão mais difícil que tomou até hoje e, no dia 2 de março de 2022, aterrou em Lisboa. “Ainda me lembro bem desse dia”, diz-nos. “Quando cheguei, senti um grande contraste”, revela, apontando o clima como uma das principais diferenças.
Foi recebida por uma família de acolhimento “muito simpática” mas não ficou com eles por muito tempo, por entender que o apoio prestado por essa família seria apenas temporário. “Tive que sair e arranjar emprego”.
Começou, pouco tempo após a sua chegada, a trabalhar na restauração, e semanas mais tarde no serviço de apoio ao cliente do Airbnb. “Mas depois percebi que podia ser mais útil”. Candidatou-se a uma vaga de marketing e, “por sorte”, conseguiu preencher a posição que exige que saiba falar, pelo menos, inglês – língua que começou a praticar desde cedo, graças à insistência da avó. Quanto ao português, já alcançou o nível A1, através do IEFP. “Agora estou focada em subir para o B1”, garante.
Hoje sente-se aliviada, mas não consegue mascarar a dor que sente quando pensa em voltar ao país de origem. “Como posso regressar? Amo o meu país, é a minha casa, mas não sei se será possível algum dia voltar”, lamenta. (Foto: Hugo Amaral/ECO)

Refugiados são oportunidade

Num estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado em 2016, as conclusões sobre o impacto dos refugiados numa economia resumem-se no título: “Os refugiados não são um fardo, são uma oportunidade”.

No documento, são elencadas uma lista de benefícios económicos que os refugiados podem trazer ao país de abrigo, quer enquanto trabalhadores, empreendedores, empresários, contribuintes, consumidores ou investidores. Nesse sentido, são listadas um conjunto de recomendações, entre elas, a nível da educação e apuramento de competências.

“Os esforços [dos refugiados] podem ajudar a criar empregos, aumentar a produtividade e os salários dos trabalhadores locais, elevar o retorno do capital, estimular o comércio internacional e o investimento, e impulsionar a inovação, o empreendedorismo e o crescimento”, defende o autor do estudo, Philippe Legrain.

Refugiados são oportunidade
Num estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado em 2016, as conclusões sobre o impacto dos refugiados numa economia resumem-se no título: “Os refugiados não são um fardo, são uma oportunidade”.

No documento, são elencadas uma lista de benefícios económicos que os refugiados podem trazer ao país de abrigo, quer enquanto trabalhadores, empreendedores, empresários, contribuintes, consumidores ou investidores. Nesse sentido, são listadas um conjunto de recomendações, entre elas, a nível da educação e apuramento de competências.

“Os esforços [dos refugiados] podem ajudar a criar empregos, aumentar a produtividade e os salários dos trabalhadores locais, elevar o retorno do capital, estimular o comércio internacional e o investimento, e impulsionar a inovação, o empreendedorismo e o crescimento”, defende o autor do estudo, Philippe Legrain.

Esta reportagem integra a segunda edição do anuário do Capital Verde, Yearbook, já disponível. Versão atualizada com novos dados do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras e Instituto do Emprego e Formação Profissional.

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